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Banco do Brasil aumenta lucro, mas não agrada mercado e ações caem

O maior banco da América Latina anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 2,89 bilhões de reais entre julho e setembro

Agência do BB no Rio: juros às famílias fechou em 40,4% ao ano no mês de outubro (Fernando Lemos/VEJA Rio)

Agência do BB no Rio: juros às famílias fechou em 40,4% ao ano no mês de outubro (Fernando Lemos/VEJA Rio)

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Da Redação

Publicado em 3 de novembro de 2011 às 16h25.

São Paulo - O mix de lucro acima das projeções e inadimplência controlada no terceiro trimestre foi insuficiente para o mercado se agradar com o Banco do Brasil, cujas ações caíam em dia de alta da bolsa.

O maior banco da América Latina anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 2,89 bilhões de reais entre julho e setembro, montante 10,1 por cento superior ao de igual período do ano passado e também acima dos 2,67 bilhões de reais da previsão média de 10 analistas consultados pela Reuters.

Considerando também o lucro dos acionistas do Patagonia, o lucro subiu 11,2 por cento, a 2,92 bilhões de reais.

O BB ainda reportou expansão anual de 21 por cento de sua carteira de crédito, que no conceito ampliado atingiu 441,6 bilhões de reais, puxada pelo avanço de 21,6 por cento nos empréstimos para empresas.

Ainda, o saldo de operações vencidas com prazo superior a 90 dias ficou em 2,1 por cento, apenas 0,1 ponto acima do nível de junho e menor que os 2,7 por cento de um ano antes.

"E não há nenhum indicativo de que a inadimplência vá aumentar", disse o vice-presidente de Finanças do BB, Ivan Monteiro, a jornalistas.


De todo modo, as provisões para perdas esperadas com calotes deram um salto de 23,5 por cento na comparação anual, para 3,26 bilhões de reais. Segundo Monteiro, o movimento reflete uma posição conservadora do banco frente a potenciais efeitos da crise europeia sobre o Brasil.

No entanto, os olhos dos analistas se voltaram para dados que, segundo eles, revelaram uma deterioração na qualidade dos resultados.

"Margens menores ofuscaram o bom crescimento do crédito", destacou o analista Marcelo Telles, do Credit Suisse. "E os custos operacionais vieram maiores", acrescentou.

Analistas ainda alertaram que ganhos menores com tesouraria também pressionaram a última linha do resultado trimestral. O lucro excluindo efeitos extraordinários, de 2,58 bilhões de reais no período, veio abaixo da previsão média do mercado, de 2,64 bilhões de reais, segundo pesquisa da Reuters. E só não foi menor devido à ativação de créditos tributários de 386 milhões de reais.

Com tudo isso, a rentabilidade sobre patrimônio líquido recorrente do BB desabou 5,7 pontos percentuais, para 20 por cento, e abaixo dos concorrentes Bradesco e Itaú Unibanco, avaliou a corretora Concórdia, que reduziu o preço-alvo das ações do banco de 40,62 para 37,00 reais.

Assim, a ação do BB caía 2,48 por cento, a 25,16 reais, às 17h05, com o segundo pior desempenho do Ibovespa, que subia 1,59 por cento.

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