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B2W cai mais de 10% na Bolsa enquanto Lojas Americanas sobe

As duas grandes varejistas do país operam em caminhos contrários na Bolsa

B2W: companhia anunciou a criação de duas empresas - a IF - Inovação e Futuro, voltada para a criação de novos negócios, e a Let's Logística (Luis Ushirobira/Site Exame)

B2W: companhia anunciou a criação de duas empresas - a IF - Inovação e Futuro, voltada para a criação de novos negócios, e a Let's Logística (Luis Ushirobira/Site Exame)

Rita Azevedo

Rita Azevedo

Publicado em 8 de março de 2018 às 11h28.

Última atualização em 8 de março de 2018 às 15h09.

São Paulo -- Após a divulgação de resultados trimestrais , duas grandes varejistas do país operam em caminhos contrários na Bolsa.

A B2W vê seus papéis caírem mais de 10%, enquanto Lojas Americanas tem ganhos em torno de 1,5%.

No último trimestre de 2017, a B2W teve prejuízo de quase 35 milhões de reais -- quase 66% menos do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

A receita líquida chegou a 2,1 bilhões de reais, que representa uma queda de 30,4% em relação ao quarto trimestre de 2016. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou 21,8% abaixo do reportado no ano anterior.

Na visão de analistas da Coinvalores, mesmo mostrando melhora em seu resultado final e recuperação no caixa, o desempenho operacional da B2W "continua aquém do esperado."

Os números, pelo menos à primeira vista, não agradaram aos investidores. Por volta das 15h, os papéis da B2W caíam 11,3%, a 22,14 reais.

Já a Lojas Americanas apresentou uma alta de 11,4% do lucro, que chegou a 284,7 milhões de reais no último trimestre de 2017.

A receita líquida recuou 11,6% no mesmo período, para 5,5 bilhões de reais. As vendas em mesmas lojas, que considera as unidades abertas há pelos menos um ano, cresceram 6,9%.

Durante a manhã, as ações das Lojas Americanas chegaram a subir 4,8% na máxima, a 17,38. Às 15h, os ganhos eram de 1,6%.

Mudanças

Além dos resultados financeiros, a B2W e a Lojas Americanas anunciaram mudanças aos acionistas.

Uma delas é a criação de uma terceira companhia que ficará encarregada pela operação de logística de ambas e que servirá de base para suportar a cada vez mais presente multicanalidade entre o varejo físico e o online.

“Estamos entrando em um terceiro ciclo, onde não precisaremos investir tanto quanto no passado”, disse o diretor financeiro da B2W, Fabio Abrate, em entrevista a jornalistas. Os investimentos da B2W em 2017 somaram cerca de 380 milhões de reais, menos que a metade do aplicado um ano antes.

“Verticalizamos a companhia para conseguirmos ter um negócio de comércio eletrônico dentro de um mercado desafiador…E criamos algumas barreiras para novos entrantes competirem neste mercado”, disse Abrate.

A nova empresa de logística das companhias, chamada de Let’s, vai administrar uma rede de 1.300 lojas físicas da Lojas Americanas e em 300 delas está disponibilizada a opção de retirada de mercadorias compradas nos sites da B2W, que abriga as bandeiras Americanas.com, Submarino e Shoptime. 

Outra novidade anunciada pela B2W é a criação da empresa IF -- Inovação e Futuro -- voltada para a concepção, criação, incubação e aceleração desses novos negócios, que, maduros, serão integrados às estruturas das companhias.

Com as mudanças, Anna Christina Ramos Saicali deixará a presidência da B2W para assumir o conselho de administração da companhia e ainda o cargo de CEO da IF. Marcio Cruz Meirelles, por sua vez, assumirá como novo diretor-presidente da B2W a partir de 1 de junho.

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