Mercados

Austin: FIDCs do Panamericano poderão sofrer aumento de resgates

Para a agência, os vencimentos dos créditos lastreados “podem não ser suficientes para honrar todos os pedidos de saques”

Silvio Santos, controlador do Banco Panamericano (Roberto Nemanis/Divulgação/Divulgação)

Silvio Santos, controlador do Banco Panamericano (Roberto Nemanis/Divulgação/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 18h57.

São Paulo - Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) do banco Panamericano poderão sofrer um aumento nos resgates, destaca a agência de classificação de risco Austin Rating em comunicado publicado nesta quinta-feira (11). A agência rebaixou o rating do fundo Autopan e Master Panamericano de AA+ para A+. Os fundos têm um patrimônio líquido de R$ 2,131 bilhões e R$ 485 milhões, respectivamente, de acordo com o último relatório de setembro de 2010 disponível na CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

 
A rentabilidade do fundo é garantida, em sua totalidade, pelos direitos creditórios com origem nos contratos de operações de financiamentos de veículos feitas pelo banco. Segundo a Austin, “os vencimentos normais dos créditos de lastro dos FIDCs podem não ser suficientes para honrar todos os pedidos de saques no prazo previsto, caso haja demanda por resgates em um volume muito elevado, risco este potencializado pelo dilatado prazo médio dos contratos de financiamento de veículos”, revela a nota.
 
Para a agência, ainda não se sabe a disponibilidade do banco em continuar com a política de recompra de créditos em atraso que poluem os recebíveis do fundo, o que garantia até então uma rentabilidade próxima a prometida pelo banco. Além disso, “paira dúvida quanto à política a ser adotada pelo banco, no que tange à originação de créditos para o fundo, o que pode gerar impactos na continuidade do lastro”, explica a Austin em relatório. De acordo com a CVM, até o final de setembro, os fundos tinham 564 cotistas.
 
A Austin ressalta ainda que a análise é limitada por não ter recebido, por parte do banco, os números de recompra no terceiro trimestre de 2010 e as informações sobre o nível de subordinação de ambos os fundos atualizados. A perspectiva para o rating é negativa. O banco Panamericano ainda não se pronunciou sobre a política a ser adotada para os dois fundos. Celso Zanin, oriundo da Caixa, será o novo responsável pela administração, informou o banco por meio de sua assessoria de imprensa.
 
A captação via FIDCs tem grande importância para o Panamericano, sendo responsável por R$ 1,761 bilhão no segundo trimestre, de um total R$ 11,509 bilhões.
Acompanhe tudo sobre:Açõesaplicacoes-financeirasBanco PanAmericanoBancosBancos quebradosbolsas-de-valoresEmpresasFundos de investimentoMercado financeiroSilvio Santos

Mais de Mercados

O plano da Reag para reerguer a GetNinjas (NINJ3)

Bolsas da Europa fecham em baixa, devolvendo parte dos ganhos em dia de CPI da zona do euro

Gavekal: inflação machuca, mas é a pobreza o maior problema dos EUA

Ibovespa fecha perto da estabilidade dividido entre Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

Mais na Exame