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Atento à crise na Europa, dólar fecha mês a R$1,81

A moeda norte-americana fechou cotada a 1,8128 real para venda, em baixa de 2 por cento; em novembro, o dólar teve valorização de 6,47 por cento.

Dólar superava 1,80 real pela primeira vez em um mês (Getty Images)

Dólar superava 1,80 real pela primeira vez em um mês (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2011 às 16h37.

São Paulo - A decisão dos principais bancos centrais do mundo de baratear o crédito para enfrentar a crise da zona do euro provocou a queda de 2 por cento do dólar nesta quarta-feira, com a moeda terminando um volátil mês de novembro na casa de 1,80 real.

Mas o alívio deve ser apenas temporário, com o câmbio ainda dependente da crise global --sujeito, portanto, a solavancos.

A moeda norte-americana fechou cotada a 1,8128 real para venda, em baixa de 2 por cento. Em novembro, o dólar teve valorização de 6,47 por cento.

"A nossa projeção é de 1,80 (real) para o final do ano. Mas daqui até lá é simplesmente um jogo de pôquer", disse o economista-chefe no Brasil da corretora Raymond James, Mauricio Rosal.

"Depende basicamente da situação na Europa. Hoje está 1,80 (real), amanhã pode estar 1,70, 1,90 (real). A gente está numa situação extremamente volátil e deve permanecer aí um bom tempo." Os principais bancos centrais do mundo, incluindo o Federal Reserve (dos Estados Unidos) e o Banco Central Europeu (BCE), anunciaram nesta quarta-feira a redução das taxas cobradas em operações de liquidez em dólares. O objetivo da medida era ajudar bancos europeus, que têm enfrentado dificuldades cada vez maiores para manter-se solventes em meio à desconfiança sobre as contas públicas de países como Itália e Espanha.

O banco central chinês também animou os investidores ao reduzir os depósitos compulsórios -parcela dos depósitos dos bancos que fica presa na autoridade monetária.


Embora os mercados tenham reagido rapidamente -com alta de mais de 3 por cento das bolsas norte-americanas-, a ação coordenada pode ter apenas ganhado tempo para que os governos apresentem planos mais concretos para garantir a captação de recursos pelos países europeus mais endividados.

De acordo com Rosal, a reunião de cúpula da União Europeia em 9 de dezembro é importante porque pode "abrir uma janela para uma participação mais efetiva do Banco Central Europeu (BCE) no controle da crise". A Alemanha se opõe à ideia, mas uma pesquisa da Reuters com 25 analistas mostrou que a maioria -16 deles- aposta que a autoridade monetária europeia acabará sendo um emprestador de última instância.

No Brasil, o Banco Central (BC) tem assistido ao vaivém do mercado sem intervir, por ora. A última atuação do BC ocorreu em 28 de outubro, quando fez um leilão de swap cambial, que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro. O fluxo de capitais ao país também não tem sido fortemente prejudicado pela crise externa, com saldo positivo de 686 milhões de dólares em novembro até o dia 25.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a 1,8109 real para venda, em baixa de 2,04 por cento ante terça-feira.

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