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As ações que ressuscitaram após uma temporada no purgatório

Depois de ficarem na berlinda do mercado, empresas como Hypermarcas, Suzano e B2W respiram mais aliviadas na Bovespa


	Nos últimos 12 meses, enquanto o Ibovespa encolhia 16%, algumas empresas retomaram seu fôlego na bolsa e deixaram o purgatório
 (Stock.Xchange)

Nos últimos 12 meses, enquanto o Ibovespa encolhia 16%, algumas empresas retomaram seu fôlego na bolsa e deixaram o purgatório (Stock.Xchange)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2013 às 16h10.

São Paulo – “A volatilidade dos mercados é a maior aliada do verdadeiro investidor”. A frase pertence ao megainvestidor Warren Buffett e exemplifica como poucas o conceito da renda variável.

Na bolsa de valores, por exemplo, diversos casos mostram que o mercado de ações pode ser cruel e fazer com que qualquer companhia viaje do céu ao inferno num curto espaço de tempo.

Um dos casos mais recentes e emblemáticos é o da petrolífera OGX (OGXP3), que passou de promessa de sucesso a maior desvalorização do Ibovespa em 2013, com uma forte queda de 86%.

No entanto, algumas histórias de recuperação também têm sido escritas na bolsa brasileira. Nos últimos 12 meses, enquanto o Ibovespa encolhia 16%, algumas empresas retomaram seu fôlego na bolsa e, principalmente, começaram a reconquistar a confiança dos investidores, deixando o índice para trás.

Uma nova Hypermarcas

De janeiro de 2011 a janeiro de 2012, as ações da Hypermarcas (HYPE3) derreteram 62%, uma das maiores derrocadas da bolsa naquele momento. O mercado condenava o modelo de negócio da companhia e clamava por uma reestruturação. A Hypermarcas contava com uma política comercial que foi mal recebida pelos clientes e distribuidores. O resultado era um movimento de desestocagem e menores vendas.

O jogo começou a virar para a Hypermarcas quando a companhia passou a se concentrar em produtos farmacêuticos e cosméticos. A demanda por ações da empresa aumentou substancialmente diante da venda de 445 milhões de reais em ativos de limpeza e alimentos.
Atualmente, os papéis da companhia negociam em patamares bem próximos aos do seu preço de IPO, quando cada papel valia 17 reais. Nos últimos 12 meses, a alta das ações da Hypermarcas é de 22%.

Entre os meses de abril e junho, a Hypermarcas somou lucro de 19,3 milhões de reais. Um ano antes, havia acumulado perdas de 29,3 milhões de reais. Segundo comunicado da empresa, esses resultados refletem a expansão nas duas divisões de negócio da companhia – farma e consumo.

Pedro Ivo Zabeu, Caio Cesar Moreira e Daniel Utsch, analistas da Fator Corretora, afirmam que o resultado pode ser avaliado como misto. “No lado operacional, a Hypermarcas voltou ao clube do crescimento de dois dígitos, melhorou significativamente suas margens brutas ajudando a atingir uma margem Ebitda maior e continuou a manter o capital de giro e os investimentos sob controle”, completam.


Dias melhores para Suzano

“Esperamos voltar ao azul em 2013”, dizia o diretor financeiro da Suzano Papel e Celulose (SUZB5), Alberto Monteiro, em novembro do ano passado. A empresa amargava seu quinto trimestre de prejuízo, desafiando a paciência até do mais otimista investidor.

O endividamento e a alavancagem da companhia eram as principais pedras no sapato e alimentavam cada vez mais a desconfiança dos investidores, fazendo a companhia perder 51% de valor de mercado na bolsa brasileira em 2011 e ter um 2012 praticamente inerte.
Em março deste ano, a notícia de que a Suzano, segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, decidiu vender ativos não estratégicos e adiar projetos para reduzir sua alavancagem foi muito bem recebida pelos investidores.

Na ocasião, o analista da Coinvalores, Felipe Martins Silveira, afirmou que a decisão mereceu grande atenção, pois vendo seu endividamento subir no quarto trimestre de 2012, a empresa optou por uma estratégia alinhada à realidade. Com isso, os papéis ressuscitaram na bolsa, mostrando uma alta de 97% nos últimos 12 meses.


Uma nova chance à B2W

Ainda amargando prejuízos - como o de 61 milhões de reais no primeiro trimestre do ano - a B2W (BTOW3) busca deixar seu passado nebuloso na bolsa para trás.

A dona dos sites Submarino e Americanas.com enfrentou grandes dificuldades nos últimos dois anos, principalmente com seu departamento de logística. Os problemas fizeram os números da companhia fossem seriamente afetados.

Em 2011, uma liminar da justiça chegou a proibir a Americanas.com de vender produtos no estado do Rio de Janeiro em maio depois que 20.000 consumidores reclamaram atrasos nas entregas. Os papéis da B2W derreteram 71% naquele ano.

No próximo dia 14, o mercado deve avaliar ainda com olhares de desconfiança os números do segundo trimestre. Os analistas do BTG Pactual destacam que os resultados da B2W estão melhorando.

“Embora seja provável que o lucro continue negativo, nós acreditamos que a empresa esteja no caminho para implantar com sucesso sua recuperação”, projetam.

A percepção de melhora das perspectivas também pode ser notada no comportamento dos papéis. Em um ano, a valorização acumulada chega a 57%. 

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