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Aposta em derivativos faz fundo da XP liderar ganhos com eleição

O XP Long Biased, um fundo de R$ 2 bilhões administrado pela XP Asset Management, teve o melhor desempenho entre os pares

XP: fundo teve retorno de 12% (Germano Lüders/Site Exame)

XP: fundo teve retorno de 12% (Germano Lüders/Site Exame)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 16h09.

Última atualização em 5 de novembro de 2018 às 16h25.

(Bloomberg) -- Uma facada quase fatal, um ex-presidente preso tentando concorrer para um novo mandato e ralis recordes dos mercados. A corrida presidencial deste ano teve de tudo e um fundo multimercado se saiu melhor que os demais em explorá-la.

O XP Long Biased, um fundo de R$ 2 bilhões administrado pela XP Asset Management teve o melhor desempenho entre os pares, com retorno de 12%, desde que a disputa pela presidência do Brasil começou oficialmente, em 15 de agosto, até 30 de outubro - últimos dados disponíveis.

O fundo conseguiu esse desempenho com a aposta de que um dos candidatos sairia do primeiro turno da eleição com uma vantagem decisiva sobre o outro, um resultado que provavelmente reduziria a volatilidade após a votação final, três semanas depois.

"Acreditávamos que haveria uma migração de voto útil para um dos candidatos antes do primeiro turno e sairíamos dele já com um quadro mais claro sobre quem seria o vencedor", disse João Braga, co-chefe de renda variável da XP Asset Management, em entrevista em São Paulo.

A expectativa se comprovou quando o capitão da reserva do Exército Jair Bolsonaro, cujo principal conselheiro econômico promete privatizações e outras políticas favoráveis ​​ao mercado, chegou perto da maioria necessária para vencer a votação no primeiro turno em 7 de outubro, superando todas as pesquisas. Bolsonaro ganhou o segundo turno em 28 de outubro, derrotando Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, com 55% dos votos.

Braga, que comanda a gestão de equities com Marcos Peixoto, disse o mercado estava embutindo nos preços muito mais volatilidade após o segundo turno do que nas semanas seguintes ao primeiro, um sinal de uma expectativa de que o vencedor da eleição não seria claro até o fim.

Para colocar em prática essa visão, a equipe da XP combinou diferentes vencimentos de opções de ações da Petrobras. O movimento consistiu em vender uma opção de vencimento de novembro e comprar um número maior de opções de prazo mais curto.

A aposta foi recompensada quando os resultados do primeiro turno elevaram o Ibovespa ao máximo em dois anos no dia seguinte à votação, tornando-o o melhor desempenho global entre 94 índices em outubro. De 15 de agosto até o final de outubro, o real subiu 5,6%, registrando o segundo melhor desempenho entre as moedas de mercados emergentes.

O fundo XP agora tem a Petrobras como a segunda maior posição, disse Braga. No início deste ano, o fundo vendeu todas as suas ações na empresa, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A maior posição é no Banco Bradesco, disse ele. O fundo também tem o melhor retorno total de cinco anos entre seus pares, com 314%.

Completando a lista dos três melhores fundos na eleição estão o Zeta, da Kapitalo, e o SPX Raptor. Eles ganharam 9,5% e 6,3%, respectivamente. Os dados incluem apenas os fundos multimercados com mais de R$ 1 bilhão em ativos e excluem aqueles com um só cotista. No geral, o desempenho médio do grupo foi positivo, com um retorno total de 2,3%.

A SPX Gestão de Recursos preferiu não comentar e a Kapitalo Investimentos não respondeu ao pedido de comentário.

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