Dólares: às 11h42, a moeda norte-americana subia 0,39 por cento, a 2,4117 reais na venda (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 12h20.
São Paulo - O dólar anulou a queda de mais de 1 por cento e passava a subir nesta quarta-feira, em um movimento de correção após cair três sessões seguidas, em meio ao cenário de disputa acirrada no segundo turno das eleições entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Às 11h42, a moeda norte-americana subia 0,39 por cento, a 2,4117 reais na venda, mas chegou a recuar mais de 1 por cento na mínima da sessão, a 2,3749 reais. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro estava em torno de 90 milhões de dólares.
Nas três últimas sessões, o dólar acumulou queda de 3,59 por cento sobre o real.
"Apesar do quadro negativo lá fora, o real tem conseguido ter bom desempenho repetidamente por causa do fator eleitoral. A questão é que isso não tem força para se sustentar por muito tempo", afirmou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, que espera volatilidade à frente.
Desde que Aécio garantiu uma vaga no segundo turno das eleições e aproximou-se de Dilma como nunca antes na campanha, vêm crescendo as apostas em vitória da oposição. A política econômica do atual governo é criticada por profissionais do mercado.
As primeiras pesquisas de intenção de voto após o primeiro turno do Datafolha e do Ibope podem ser divulgadas a partir de quinta-feira. Segundo operadores, circulavam diversos rumores neste pregão sobre os resultados desses levantamento.
Os investidores também aguardavam a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que pode trazer mais pistas sobre quando a taxa de juros começará a subir na maior economia do mundo. A perspectiva de aperto monetário nos EUA, que pode atrair recursos atualmente aplicados em outros países, tem impulsionado o dólar contra as principais moedas emergentes.
"O cenário externo garante que a perspectiva do dólar no longo prazo é de alta. Esse alívio nos últimos dias no Brasil claramente é temporário", disse o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos internacional.
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 1,65 mil contratos para 1º de junho e 2,35 mil contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,6 milhões de dólares.
O BC também fará nesta sessão mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 3 de novembro, que equivalem a 8,84 bilhões de dólares, com oferta de até 8 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 22 por cento do lote total.