Mercados

Após 7 altas seguidas, dólar cai 0,8% e fecha a R$ 1,726

Por Silvana Rocha São Paulo - Após sete altas consecutivas, período em que acumulou valorização de 3,82%, o dólar comercial cedeu hoje e fechou em baixa de 0,80% a R$ 1,726, nas transações do mercado interbancário de câmbio. De acordo com operadores, a moeda sucumbiu às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 16h05.

Por Silvana Rocha

São Paulo - Após sete altas consecutivas, período em que acumulou valorização de 3,82%, o dólar comercial cedeu hoje e fechou em baixa de 0,80% a R$ 1,726, nas transações do mercado interbancário de câmbio. De acordo com operadores, a moeda sucumbiu às declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que a queda do dólar é insignificante e não vê necessidade de alterações adicionais. Segundo Mantega, "não é bom ficar mexendo o tempo todo", o patamar atual do dólar é razoável e o real é uma das moedas que menos tem se valorizado. No entanto, ele não descartou a adoção de novas medidas. "A qualquer momento, sabe como é. Então vamos observar", disse o ministro.

Essas declarações foram mal recebidas no mercado e soaram contraditórias para alguns operadores de câmbio em relação ao discurso de Mantega durante a reunião de líderes do G-20, na semana passada em Seul, na Coreia do Sul. Na ocasião, Mantega alimentou perspectivas no mercado sobre eventual adoção no curto prazo de novas medidas para conter a apreciação do real. "O dólar está em R$ 1,69, R$ 1,70. Não é satisfatório porque estamos em desvantagem no mercado internacional, já que outros países estão vendendo mercadorias a preços mais baixos", afirmara ele em Seul. No encontro, o Brasil pressionou para que a declaração final do G-20 explicitasse expressamente o controle de capitais por países que enfrentam a valorização de suas moedas em razão do aumento da entrada de recursos externos. "Queremos que fique explícito", afirmou Mantega, que também garantiu que o governo continuará a adotar medidas para tentar impedir a valorização do real.

Por isso, além das incertezas externas envolvendo as dívidas de países periféricos europeus e a política monetária da China, nos últimos dias os investidores foram estimulados a reduzir posições vendidas em dólar e a assumir compras de moeda, num movimento de antecipação especialmente a eventuais novas ações do governo brasileiro. Mas bastaram as palavras de Mantega hoje para o dólar ampliar a queda durante a sessão, devolvendo parte da alta recente.

A moeda norte-americana saiu rapidamente de R$ 1,733 (-0,40%) para R$ 1,728 (-0,69%) e, no início da sessão vespertina, ampliou as perdas até atingir a mínima de R$ 1,723 (-0,98%) às 15 horas. Depois, houve ajuste na cotação e, no momento do único leilão de compra de moeda realizado à tarde, o Banco Central fixou a taxa de corte num patamar mais alto, de R$ 1,7248.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar à vista encerrou a sessão em baixa de 0,77% a R$ 1,7263. Em novembro, o dólar comercial acumula alta de 1,41% até hoje. No ano, a baixa acumulada está em 0,98%. Já o euro comercial cedeu 0,38% hoje para R$ 2,335.

No segmento de câmbio turismo, o dólar caiu 0,55% hoje para R$ 1,817 (venda) e R$ 1,707 (compra). O euro turismo recuou 0,68% para R$ 2,47 (venda) e R$ 2,277 (compra).

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa fecha perto da estabilidade após corte de gastos e apagão global

Mais na Exame