Exame Logo

Após 3 meses de Brumadinho, títulos da Vale se recuperaram

A empresa se beneficiou dos preços crescentes do minério de ferro após o colapso da barragem em 25 de janeiro

Vale: companhia teve US$ 4,5 bilhões em recursos congelados pelas autoridades para cobrir possíveis danos (Washington Alves/File photo/Reuters)

Karla Mamona

Publicado em 25 de abril de 2019 às 16h59.

(Bloomberg) -- Os títulos em dólar da Vale se recuperaram do desastre do rompimento da barragem em Brumadinho, que foi grave o suficiente para prejudicar a recuperação econômica do país, e mais ganhos podem estar à vista.

A empresa se beneficiou dos preços crescentes do minério de ferro após o colapso da barragem em 25 de janeiro, o que obrigou a empresa a suspender mais de um quarto de sua produção por questões de segurança. O volume menor está colocando a Vale em uma posição confortável para suportar os custos legais do acidente, dizem estrategistas.

Veja também

Com os títulos da Vale apresentando um desempenho inferior em meio ao aumento deste ano da dívida corporativa dos mercados emergentes, isso pode ajudar os títulos a fechar a lacuna. O rendimento de US$ 1,1 bilhão em notas da companhia com vencimento em 2022, está estável em 2019, mesmo com os rendimentos dos títulos corporativos em dólar das nações em desenvolvimento caindo mais de 100 pontos base, segundo dados do índice Bloomberg Barclays.

“Os investidores em títulos da Vale parecem estar adotando uma visão mais ampla da capacidade de cobrir custos de remediação, possíveis multas e atrasos na recuperação da produção”, disse Roger Horn, estrategista sênior de mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America, em Nova York, que observou que vários analistas de Wall Street estão prevendo US$ 18 bilhões para o Ebitda da empresa este ano. "É um colchão grande antes de tocar o balanço."

O desastre em Minas Gerais foi o segundo em um projeto da Vale desde o final de 2015.

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo e uma das quatro principais fornecedoras globais, teve cerca de US$ 4,5 bilhões em recursos congelados pelas autoridades para cobrir possíveis danos, e o alcance total do impacto sobre suas operações é incerto, disse a empresa em relatório anual divulgado em 18 de abril. A empresa continua a se concentrar em reparos e prestação de apoio humanitário, disse em comunicado na quarta-feira.

O Brasil já está sentindo o impacto econômico. A produção industrial ficou abaixo do esperado em fevereiro devido à redução da atividade de mineração após o colapso da barragem de Brumadinho. Desde então, a Vale só restaurou a produção na mina de Brucutu, um dos quatro projetos que fechou por questões de segurança, e não forneceu estimativa sobre quando outras operações poderiam ser retomadas.

 

 

Acompanhe tudo sobre:Brumadinho (MG)Mercado financeiroVale

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame