Latas das cervejas Antártica e Brahma, da Ambev: acionistas da empresa devem receber ações ordinárias emitidas pela InBev (Pedro Rubens/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 7 de dezembro de 2012 às 21h41.
Rio de Janeiro - A Ambev pretende realizar uma reorganização societária a fim de simplificar sua estrutura e ter apenas ações ordinárias, buscando assim reduzir custos operacionais e administrativos e aumentar a liquidez de seus papéis, anunciou a fabricante de bebidas nesta sexta-feira.
A reestruturação acontecerá por meio da incorporação de seus papéis pela InBev Participações, controlada pela matriz Anheuser-Busch InBev, de acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Com a incorporação, será criada a Ambev S.A., que substituirá a denominação da InBev Participações.
"A reorganização societária que será proposta tem por objetivo simplificar a estrutura societária e aprimorar a governança da Ambev, com vistas a aumentar a liquidez para todos os acionistas, eliminar custos operacionais e administrativos da Companhia e aumentar a flexibilidade para a gestão de sua estrutura de capital", disse a empresa no comunicado.
O documento não menciona a entrada da companhia no Novo Mercado da BM&FBovespa, apesar de propor que a produtora das cervejas Brahma e Skol e do refrigerante Guaraná, entre outras bebidas, tenha apenas ações ordinárias e melhor governança corporativa.
A incorporação das ações resultará na entrega aos acionistas da Ambev, sejam titulares de ações ordinárias ou preferenciais, de ações ordinárias da InBev Participações, e serão atribuídos valores iguais às ações ordinárias e preferenciais da Ambev.
Nesta sexta-feira, a ação ordinária da fabricante de cervejas e refrigerantes encerrou o pregão cotada a 76,60 reais, enquanto o papel preferencial fechou o dia em 87,75 reais.
A matéria será proposta em assembleia de acionistas (AGE) a ser convocada no primeiro semestre de 2013.
Segundo a Ambev, o processo também busca permitir "o aproveitamento em benefício de todos os acionistas do ágio de aproximadamente 105 milhões de reais hoje existente na InBev Part".
A Ambev é controlada pela Anheuser-Busch InBev, com 74 por cento do capital votante, e pela Fundação Antonio e Helena Zerrener Instituição Nacional de Beneficência (FAHZ), que tem 17,1 por cento do capital com direito a voto.
Segundo o fato relevante, a Anheuser-Busch InBev e a FAHZ disseram que seu voto na AGE estará vinculado à posição dos demais acionistas da Ambev.
"Para tanto, ABI e FAHZ abster-se-ão de votar ou manifestarão o seu voto para fazer valer a vontade manifestada pelos demais acionistas, de forma que a implementação da Incorporação de Ações decorra da manifestação favorável tanto dos acionistas minoritários ordinários quanto preferencialistas", segundo o comunicado.
NOVA AMBEV
A "Nova Ambev", como a companhia se classificou em uma apresentação enviada à CVM, dará a todos os acionistas o direito de "tag-along", mecanismo que garante aos minoritários o mesmo preço oferecido pelas ações dos controladores em caso de venda do controle.
Além disso, o dividendo mínimo obrigatório será de 40 por cento do lucro líquido ajustado, contra 35 por cento na Ambev.
O Conselho de Administração terá dois membros independentes.