Construção civil | Foto: Alexandre Battibugli/Exame (Alexandre Battibugli/Exame)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 18h14.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h37.
A julgar pelo desempenho de ontem do Ibovespa, que subiu 3,73% – mesmo após uma alta de 38,9% em 2016 – investidores continuam animados com a bolsa brasileira. Para analistas do banco BTG Pactual, a bolsa está “relativamente barata”. “Desde o seu pico, no final de outubro, o Ibovespa caiu 7,2% em reais e 9,8% em dólares. O índice está negociando agora em 12,1 vezes o seu lucro, abaixo de sua média histórica”, afirmam em relatório.
Um movimento que ganhou força ontem e promete virar destaque neste início do ano é a alta de papéis que se beneficiam com uma redução da taxa de juros do país. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária Nacional, que decide sobre o juros, está marcada para os dias 10 e 11 de janeiro e ações de setores como construção, shoppings e energia elétrica começam a crescer na bolsa. Ontem, as ações da construtora Cyrela subiram 8,4% – a maior alta do dia no Ibovespa – fora do índice, os papéis da Gafisa subiram 10,1% e os da Direcional 6,9%.
O BTG incluiu em sua carteira de janeiro duas ações que estariam entre as mais beneficiadas com a redução de juros. Pelos cálculos do banco, a companhia de energia Light terá um aumento de 7% em seus lucros a cada redução de 1 ponto percentual na Selic. A Cyrela seria outra grande beneficiada, já que a redução de juros ajudaria na retomada de crédito para o setor. “Nós gostamos do potencial da Cyrela, com as ações a um valor atrativo, baixa alavancagem e potencial de gerar um caixa livre considerável em 2017 (cerca de 600 milhões de reais)”, afirmam analistas do banco.
O banco cita ainda as ações da administradora de shoppings BRMalls, que já faz parte de sua carteira, como uma das beneficiadas pela redução de juros – já que a companhia tem 45% de sua dívida vinculada à taxa Selic. Como o Boletim Focus projeta que a taxa de juros deve fechar o ano em 10,25% – ante os 13,75% atuais – o “kit juros” da Bolsa ainda deve ter novas altas.