Exame Logo

Ações orientadas pelo mercado doméstico devem ser evitadas, diz HSBC

Para analistas, chegou a hora de papéis ligados a commodities e infraestrutura

Reforçamos nossa indicação em favor dos setores de commodities e infraestrutura, diz HSBC (Luciana Cavalcanti/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 15h56.

São Paulo – A alta de 0,50 ponto percentual da Selic realizada no último dia 2 de março pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e que colocou a taxa básica de juros em 11,75% ao ano deve ser monitorada de perto pelo mercado. Em seu recente relatório, o HSBC afirma que a decisão do BC significa mais uma oportunidade perdida de se antecipar e enfatizar seu compromisso com uma convergência rápida da inflação em direção à meta. A Selic atingiu assim o maior patamar desde janeiro de 2009, quando o juro estava em 12,75% ao ano.

Os analistas Alexandre Gartner e Francisco Vanzolini acreditam que o impacto sobre as ações deve ser negativo, uma vez que a determinação de combater a inflação é questionada pelos investidores. “Nossa estratégia recomendada de investimento está bem posicionada para essa decisão, portanto, reforçamos nossa indicação em favor dos setores de commodities e infraestrutura. Recomendamos aos clientes que, por enquanto, evitem setores orientados pelo mercado doméstico”.

Veja também

A inflação deve continuar relativamente alta em 2011 e 2012, projetam os analistas. “Esperamos que o número comparado ao mesmo período do ano anterior ultrapasse o teto da meta (6,5%) em torno do meio de 2011, chegando próximo a 7%. Isso favoreceria as empresas que tenham melhor proteção contra a inflação, como as de rodovias pedagiadas e de serviços públicos”.

Além disso, o relatório lembra que os receio de mais medidas macroprudenciais continuam fortes e trazem pressões contínuas sobre setores motivados por crédito, como construtoras, consumo, varejo e instituições financeiras, apesar da queda significativa no preço dessas ações nos últimos meses.

“Como a inflação continua a subir, esperamos que as pressões salariais continuem a crescer ao longo do ano, representando desafios para as indústrias com necessidades intensas de capital, como call centers, construtoras, bancos e varejistas”, afirmam os analistas.

Inflação

O boletim Focus do Banco Central (BC) reduziu nesta quarta-feira (9) de 5,80% para 5,78% a estimativa para a inflação oficial neste ano. Foi a primeira queda do IPCA após 12 semanas consecutivas de alta. A projeção dos economistas para a taxa básica de juros neste ano permaneceu em 12,50%. Já o crescimento do PIB foi reduzido de 4,30% para 4,29%, enquanto a expansão da produção industrial foi mantida em 4,10%.

Acompanhe tudo sobre:Análises fundamentalistasB3Bancosbolsas-de-valoresEmpresasEmpresas inglesasHSBCMercado financeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame