Ações da Zamp, dona do BK Brasil, saltam após Mubadala aumentar oferta
Gestora eleva prêmio pelo controle da Zamp depois que acionistas rejeitaram a primeira proposta
Beatriz Quesada
Publicado em 12 de setembro de 2022 às 14h37.
Última atualização em 12 de setembro de 2022 às 17h37.
As ações da Zamp (BKBR3) , dona das operações das bandeiras Burger King e Popeyes no Brasil, saltaram mais de 7% na máxima do dia e fecharam em alta de 3,63% nesta segunda-feira, 12, com investidores de olho na oferta pela empresa.
Isso porque a Mubadala Capital elevou a oferta que fez para adquirir o controle da Zamp. A gestora, que conta com recursos do fundo soberano Abu Dhabi, tem pouco mais de 5% do capital da dona do BK Brasil e fez uma oferta pública ( OPA ) por mais 45% do capital da empresa.
A primeira oferta ofereceu um preço de R$ 7,55 por ação — um movimento de quase R$ 1 bilhão. O preço foi dado em um momento que os papéis estavam próximos das mínimas históricas, e a oferta foi mal recebida.
No início de agosto, o Conselho de Administração votou contra a realização da oferta e, ao final do mesmo mês, acionistas minoritários com cerca de 20% da Zamp enviaram uma carta à empresa rejeitando a oferta da Mubadala.
Em resposta à reação do mercado, a Mubadala elevou a oferta para R$ 8,31 por ação, o que representa um prêmio de 34% sobre cotação de fechamento das ações da BK Brasil em 29 de julho, véspera do anúncio da oferta. O prêmio anterior era de 30%.
A validade da oferta e data de realização do leilão, que ocorreria nesta quinta-feira, foram prorrogadas para o dia 26 de setembro.
O que esperar da nova oferta do Mubadala
Mesmo com a elevação no preço, a nova oferta ainda tem poucas chances de sair do papel, segundo o Credit Suisse . O banco suíço estima que o novo prêmio implica em um múltiplo de6,5 vezes EV/Ebitda – indicador financeiro que compara o valor da empresa, acrescido das dívidas, dividido pelo lucro operacional. O valor seria 32% menor que a média histórica de negociação da Zamp.
Além disso, o novo preço da oferta ficou 29% abaixo do ponto médio de de R$ 11,72 por ação estimado pelo consultor financeiro externo da companhia, dizem os analistas.
“Dessa forma, continuamos acreditando que a oferta pública tem poucas chances de avançar, pois o sucesso do negócio ainda está sujeito à aprovação dos acionistas”, afirmam em relatório.
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