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Ação de estatal pode subir mais de 100% em 2016, diz banco

Para o Santander, novas projeções da companhia são mais "realistas", o que justifica recomendação de compra dos papéis na Bovespa

Usina Hidrelétrica da Cemig: novo guidance da empresa agrada analistas (Divulgação)

Anderson Figo

Publicado em 31 de maio de 2016 às 10h39.

São Paulo - A redução nas estimativas de resultado divulgadas pela Cemig ( CMIG4 ) na semana passada agradou analistas do Santander , que recomendam a compra das ações da empresa na Bovespa.

Em relatório divulgado a clientes na sexta-feira (27), o banco diz que as novas projeções da Cemig são mais "realistas", mas ainda assim avaliou o relatório de expectativas como neutro.

"Ainda aguardamos a implementação da estratégia de redução da alavancagem da empresa. Em nossa opinião, a Cemig apresentou o guidance construído em premissas mais realistas na comparação com 2015", disseram Maria Carolina Carneiro e André Sampaio.

Ambos estipularam preço-alvo para os papéis da Cemig na Bolsa de R$ 11,54 no fim do ano, o que configura um potencial de valorização de 115,7% sobre o fechamento de ontem (R$ 5,35).

"A Cemig espera maiores reduções de custos em sua unidade de distribuição. Considerando o guidance fornecido (...), estimamos um possível impacto positivo de cerca de R$289 milhões decorrente do novo programa de demissões", afirmaram os analistas.

Eles ressaltaram ainda que, para a próxima revisão tarifária, a empresa também espera menores baixas em sua base de ativos regulatória (RAB) e um melhor reconhecimento do índice de perdas.

"Consequentemente, suas estimativas para o Ebitda [lucro antes de juros, impostos , depreciação e amortização] da Cemig Distribuição são maiores que nossas estimativas (20% acima)", disseram.

A Cemig espera que seu braço de distribuição atinja Ebitda entre R$ 1,173 bilhão e R$ 1,448 bilhão em 2016 e entre R$ 1,277 bilhão e R$ 1,578 bilhão em 2017.

Desinvestimentos

Os analistas do Santander destacaram que precisam de mais informações sobre os planos de desinvestimentos da companhia.

Em encontro com investidores e analistas na semana passada, os diretores da empresa disseram que ela vai manter seu negócio principal, energia , mas irá se desfazer de participações em alguns projetos e ativos.

"A administração foi reticente em fornecer um cronograma para a venda de ativos, mas mencionou que a meta seria reduzir a exposição em projetos onde a Cemig não for a principal acionista controladora ou em segmentos que não sejam de energia", disseram Maria e Sampaio.

São Paulo - O Senado aprovou nesta quinta-feira (12) a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff . A presidente foi afastada por até 180 dias e quem comandará o país durante este período será o vice Michel Temer .  No mercado de ações , boa parte da troca de governo já havia sido antecipada pelos investidores, mas ainda há espaço para novas altas, segundo analistas. Em relatório, o Santander afirmou que os bancos e as empresas dos setores elétrico, educacional e de infraestrutura deverão ser os mais beneficiados por uma melhora da Bolsa no pós-Dilma. Navegue pelas fotos e descubra quais são as sete empresas preferidas do banco nestes segmentos e sua avaliação sobre cada uma delas.
  • 2. Itaú Unibanco (ITUB4)

    2 /9(.)

  • Veja também

    Segundo o Santander, o Itaú possui retorno sobre o patrimônio líquido maior que de seu principal concorrente e historicamente superior ao seu custo de capital próprio. Além disso, a equipe de análise do Santander também destacou o foco do Itaú na melhora da qualidade de seus ativos, com maior exposição ao crédito consignado e habitacional. O banco ressaltou ainda o mix de geração de caixa defensivo do Itaú, com apenas um terço do resultado consolidado vindo de novas concessões de crédito. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o Itaú nos próximos 12 meses está 29% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 15% abaixo de sua média histórica, de acordo com o Santander.
  • 3. Localiza (RENT3)

    3 /9(Divulgação)

  • Segundo o Santander, o "forte" resultado trimestral divulgado em abril sugere potencial de revisão positiva nas expectativas do consenso de lucro e Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2016 e 2017. "Acreditamos que essas revisões positivas ainda não estejam devidamente precificadas", disse a equipe de análise do Santander em relatório.  O banco também citou que a Localiza se beneficia da deficitária matriz de infraestrutura brasileira, já que outras alternativas de transporte, como ferroviário e fluvial, não comportam a demanda pelo deslocamento de bens e serviços. Outro ponto positivo ressaltado pelo Santander foi o fato de a Localiza ser detentora da maior frota de veículos do país, o que lhe garante poder de barganha frente às montadoras, otimizando o Capex e capital de giro.
  • 4. Kroton (KROT3)

    4 /9(Germano Lüders/EXAME)

    Segundo o Santander, a posição de caixa líquido da Kroton deve favorecer futuras aquisições . A equipe de análise do banco destacou o "audacioso" plano de expansão da empresa, que "deve impulsionar a já forte geração de valor para os acionistas". Além disso, o banco afirmou que o atual indicador de preço sobre lucro esperado para os próximos 12 meses está 37% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 20% abaixo da média histórica.
  • 5. Banco do Brasil (BBAS3)

    5 /9(Pilar Olivares/REUTERS)

    Segundo o Santander, a readequação de algumas normas do Banco Central poderiam diminuir as exigências de capital a alguns tipos de empréstimos, o que possibilitaria melhorar o índice de Basileia do BB sem a necessidade de uma futura nova capitalização. A equipe de análise do Santander citou ainda que o BB é historicamente um bom pagador de dividendos e também se beneficiaria de uma queda adicional da curva de juros futuros por conta da melhor percepção de risco. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o BB nos próximos 12 meses ainda está 39% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 23% abaixo da média histórica, de acordo com o Santander.
  • 6. Rumo Logística (RUMO3)

    6 /9(Divulgação / EXAME)

    Segundo o Santander, o aumento de capital finalizado em abril, de R$ 2,6 bilhões, deu folga de caixa para a Rumo lidar com suas obrigações de curto prazo. O banco também citou como ponto positivo para a companhia o fato de ela ter geração de caixa inelástica, já que 80% de todo volume transportado é para o escoamento de commodities agrícolas do centro-oeste para o Porto de Santos. O alto endividamento da Rumo, de acordo com o Santander, deve se traduzir em menores despesas financeiras num futuro próximo, uma vez que a queda da Selic se concretize, gerando maior valor para os acionistas. A equipe de análise do banco afirmou ainda que 80% do volume transportado pela Rumo está contratado pelo formato "take-or-pay" e é indexado pela inflação, o que garante maior estabilidade e previsibilidade no volume transportado e nas margens operacionais. Outra vantagem para a companhia é a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política, disse o Santander em relatório.
  • 7. AES Tietê (TIET11)

    7 /9(EXAME.com)

    Segundo o Santander. os contratos firmados pela AES Tietê ao longo do último trimestre de 2015 foram bem recebidos pelo mercado. A companhia vendeu 100 MW para fornecimento de energia em 2017 e 2018 ao preço de R$150/MWh, o que reforça a tese de preços de energia saudáveis no médio e longo-prazo, de acordo com o banco. A equipe de análise do Santander também citou que a baixa alavancagem da elétrica deve favorecer a participação da empresa em novos leilões de energia durante os próximos anos. Outras duas vantagens destacadas foram o forte dividend yield de 12% esperado para os próximos 12 meses e a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política.
  • 8. Veja outras possibilidades na Bolsa

    8 /9(ThinkStock/Minerva Studio)

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