Ação da Oi cai 10% após S&P rebaixar nota de crédito
Operadora deve apresentar métricas de crédito mais fracas, justificou a agência de risco
Tais Laporta
Publicado em 13 de setembro de 2019 às 15h07.
Última atualização em 13 de setembro de 2019 às 15h16.
A ação da operadora de telecomunicações Oi chegou a cair mais de 10% nesta sexta-feira (13), depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) mudou a perspectiva das notas de crédito da empresa de estável para negativa.
Por volta das 14h55, o papel OIB3 recuava 11,11%, negociado a 1,04 reais.
Na véspera, a agência rebaixou o rating da companhia em escala Nacional Brasil de “brA” para ‘brA-’. O ratings global foi mantido em ‘B’.
Em relatório, a S&P justificou a ação informando que a operadora, que está em recuperação judicial e tenta reerguer sua saúde financeira, terá métricas de crédito mais fracas por mais tempo do que se esperava, sobretudo em virtude da menor receita com os serviços de telefonia fixa.
Outro motivo para o rebaixamento da nota seriam as dificuldades de execução do plano de investimentos (capex) da empresa, que podem limitar sua capacidade de reverter a queda na receita, enquanto sua rentabilidade fica menor.
Segundo a agência, a mudança na perspectiva reflete os desafios que a Oi vem enfrentando para retomar o crescimento e gerar fluxo de caixa operacional livre. Parte disso se deve a algum atraso na injeção de capital de R$ 4 bilhões, concluída em janeiro de 2019 e que postergou os investimentos da empresa.
Além disso, a S&P esperava que a Oi anunciasse um crescimento da receita em 2019, mas a empresa registrou problemas e consequentes declínios na receita de linhas fixas nos últimos trimestres. “Nesse contexto, esperamos agora um declínio na receita em 2019 e 2020, com retomada do crescimento somente em 2021”, diz a S&P.
Nova Lei das Teles
Esta semana,o Senado Federal aprovou o projeto que altera a Lei Geral das Telecomunicações, de 1997, tendo a Oi como a principal beneficiada. A mudança permite que as companhias do setor migrem do regime de concessão para autorização, dando liberdade para cobrar preços livres como na banda larga e telefonia celular.
Mesmo com o impacto positivo da notícia, as ações recuaram 3,31% na véspera, corrigindo ganhos vistos nas sessões anteriores. A companhia acumula perda de 16% na bolsa desde o início do ano.