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ABC Brasil: captações externas após liquidação do Cruzeiro

O ABC Brasil emitiu em 27 de setembro US$ 100 milhões a mais de seus títulos com vencimento em 2020

ABC Brasil: banco tem nota de crédito Baa3- pela Moody’s Investors Service  (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 18h05.

São Paulo - A decisão do governo de não resgatar o Banco Cruzeiro do Sul SA gerou receios de que bancos médios ficariam fora do mercado externo de dívida. Menos de um mês depois, o Banco ABC Brasil SA fez uma emissão no exterior, aproveitando a queda de seus custos de captação para uma minima histórica.

O ABC Brasil emitiu em 27 de setembro US$ 100 milhões a mais de seus títulos com vencimento em 2020, três semanas após a liquidação do Cruzeiro do Sul, que resultou no maior calote de títulos corporativos da América Latina em mais de uma década. A taxa dos papéis do ABC Brasil caiu 0,85 ponto percentual em relação a junho, quando estava no maior nível em quatro meses. Essa queda acompanhou a redução nos custos de captação para bancos com menos de R$ 2,7 bilhões em patrimônio. As taxas médias de títulos de bancos médios caíram 3,74 pontos percentuais, para 8,02 por cento, desde junho, quando houve a intervenção no Cruzeiro do Sul.

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O ABC Brasil, que tem nota de crédito Baa3- pela Moody’s Investors Service -- a menor na escala de grau de investimento - - recuperou o acesso ao mercado internacional depois que investidores conseguiram diferenciar instituições com altos níveis de capital daquelas que são mais vulneráveis às dificuldades do setor para levantar recursos.


Títulos de bancos brasileiros de tamanho médio e com grau de investimento rendem hoje 2,17 ponto percentual a menos do que papéis de concorrentes com nota abaixo do grau de investimento, ou junk. Isso é mais do dobro do spread de dois anos atrás.

“O que o caso do Cruzeiro mostrou ao mercado é que investidores estrangeiros precisam estar cientes de que não basta investir em qualquer banco brasileiro para ganhar com a arbitragem”, disse Marco Aurélio de Sá, chefe de trading na unidade de corretagem do Crédit Agricole SA nos EUA, em entrevista por telefone de Miami. “É preciso fazer o dever de casa, entender as finanças dos bancos e as idiossincrasias do sistema bancário local. Bancos com crédito mais forte serão muito bem recebidos.”

A oferta do ABC Brasil, que, por meio do controlador Arab Banking Corp. tem como acionistas majoritários o banco central da Líbia e a Kuwait Investment Authority, foi a primeira captação de um banco médio brasileiro desde março, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“O mercado tem sido seletivo, mas para emissores com grau de investimento, como o ABC Brasil, há boa demanda”, disse Alexandre Sinzato, diretor de relações com investidores da instituição, em resposta enviada por e-mail em 27 de setembro. “Nossa percepção é de que o mercado está aperto para emissores de boa qualidade.”

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