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A grande encruzilhada da China para 2024, segundo a Gavekal

Gigante asiático quer reestruturar sua economia, mas tem desafio de curto prazo na estabilização do mercado imobiliário

China: desafio imediato é o colapso das vendas de imóveis e do setor imobiliário (Peng Song/Getty Images)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 17 de dezembro de 2023 às 10h03.

Em 2024, a China tem a missão de resolver o principal gargalo do país deixado por este ano: o descompasso entre os objetivos de longo e curto prazo. O desafio imediato é o colapso das vendas de imóveis e do setor imobiliário. O governo, no entanto, tem olhado para o horizonte mais à frente, de olho nas indústrias que podem movimentar a economia do país no longo prazo.

Para Andrew Batson, analista-chefe da economia chinesa na casa de análise Gavekal Research, a grande questão da política econômica chinesa este ano foi a convicção de que se poderia “ter tudo ao mesmo tempo”.

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“Havia a esperança de que construir indústrias de alta tecnologia para o horizonte mais longo e reforçar o país contra ameaças externas pudesse funcionar como um plano de estabilização a curto prazo”, afirmou Batson em relatório.

A estratégia, no entanto, sofre um problema de inconsistência no tempo. “Os setores do que a China deseja incentivar para o futuro, ainda são muito pequenos para compensar os danos do rápido declínio no setor imobiliário – mesmo entre aqueles já mais estabelecidos, como os de veículos elétricos”, defendeu.

A situação coloca o governo chinês em uma encruzilhada em 2024: manter a postura de foco no futuro ou endereçar os problemas do presente.

Segundo Batson, há uma inclinação para um maior apoio ao incentivo da demanda, “mas é difícil esperar uma grande aceleração no crescimento nominal na ausência de algum tipo de choque”. A questão é que o governo tem se mostrado relutante em fornecer um apoio direto ao setor imobiliário, o que inclusive permitiu o alastramento da crise durante este ano.

Em vez disso, o governo vem promovendo novos programas para aumentar a oferta de habitação pública, o que deverá dar algum apoio ao investimento imobiliário, mas poderá não ter muito efeito na procura privada, na avaliação do analista. “O comunicado não ofereceu novos sinais sobre o setor imobiliário. Pode haver um plano para resolver a crise, mas ele não está evidente”.

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