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A euforia das construtoras

Era pra ser um ano difícil para elas, e nos negócios certamente será. Mas na bolsa as ações de construtoras endividadas, como Rossi e PDG, vivem um momento de euforia. Os papéis da Rossi subiram 234,44% este ano, e as da PDG, 189,9%. “A movimentação vem muito em função de especulação, não há notícia suficiente […]

CONSTRUTORAS: apesar de alta na bolsa, companhias estão muito longe de seu melhor momento  / Germano Luders/ Exame

CONSTRUTORAS: apesar de alta na bolsa, companhias estão muito longe de seu melhor momento / Germano Luders/ Exame

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2017 às 19h30.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h53.

Era pra ser um ano difícil para elas, e nos negócios certamente será. Mas na bolsa as ações de construtoras endividadas, como Rossi e PDG, vivem um momento de euforia. Os papéis da Rossi subiram 234,44% este ano, e as da PDG, 189,9%.

“A movimentação vem muito em função de especulação, não há notícia suficiente que sustente tamanha alta dos papéis”, diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da corretora Guide. O momento é de alta para todo o setor: as ações da Helbor subiram 88%, as da Gafisa, 41%, e as da Cyrela – a única do setor no Ibovespa – 30%.

O principal argumento para a alta é o corte da taxa Selic, atualmente em 13%, e a sinalização do Banco Central de que o corte de juros deve continuar. O corte de juros aumenta a expectativa de uma retomada do mercado, e  ajuda as companhias endividadas, como a PDG e da Rossi. A PDG tem um patrimônio negativo de 838 milhões de reais. Na Rossi, a família Rossi voltou ao comando da empresa neste ano para renegociar uma dívida de 2 bilhões de reais.

Na PDG circulam notícias desde novembro de que a empresa entrará com um pedido de recuperação judicial. “O mercado está esperando o balanço da empresa, que vem no fim de fevereiro, para entender se o pedido de recuperação é necessário“, diz Roberto Indech, analista-chefe da corretora Rico.

Uma notícia nesta segunda-feira pode ajudar ainda mais a alta das ações. O Governo Federal deve anunciar novas medidas para estimular o setor. Entre as medidas está a ampliação no limite de renda e valor do imóvel na Faixa 3, que hoje contempla rendas de até 6.500 reais – o valor deve passar para 9.000 reais. A outra mudança prevista é a elevação do teto de imóveis que podem ser financiados com recursos do fundo de garantia do trabalhador, para 1,5 milhão de reais.

Apesar da alta, o valor de mercado das construtoras ainda está muito distante dos tempos de fartura. A PDG, por exemplo, valia 12 bilhões de reais em 2010 – hoje são 170 milhões. A Rossi, que hoje tem valor de mercado de mercado de 156,8 milhões de reais, valia 4,8 bilhões de reais em 2010.

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