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Na Braskem, o problema é quem manda

Uma companhia que aumentou em 300% o seu lucro em 2015 (para 2,9 bilhões de reais) e triplicou os ganhos no primeiro trimestre deste ano seria o investimento perfeito para um cenário de crise, certo? A julgar pelo desempenho das ações da petroquímica Braskem que já caíram 30% em 2016 – enquanto o Ibovespa subiu […]

BRASKEM: lucro da empresa deve encolher 40% no trimestre, mas os problemas vão muito além do balanço / Mirian Fichtner/Pluf Fotografias
DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 20h36.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h27.

Uma companhia que aumentou em 300% o seu lucro em 2015 (para 2,9 bilhões de reais) e triplicou os ganhos no primeiro trimestre deste ano seria o investimento perfeito para um cenário de crise, certo? A julgar pelo desempenho das ações da petroquímica Braskem que já caíram 30% em 2016 – enquanto o Ibovespa subiu 31% – parece que não.

A aparente incoerência é um reflexo das mudanças que os investidores preveem para a Braskem. A começar pelo balanço. Os lucros altos devem ficar para trás nesta quinta-feira, quando a companhia divulgar seus resultados do segundo trimestre. A expectativa é que o lucro encolha 40% na comparação anual, para 634 milhões de reais. O resultado deve ser impactado por uma alta no preço do petróleo, que aumenta os custos com matéria-prima, e na queda do dólar, que reduz o faturamento (metade das receitas vem de fora do país).

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Mas o que incomoda mesmo os investidores é o futuro incerto da Braskem. Odebrecht e Petrobras tem mais de 97% de seu capital votante e mais de 74% do capital total. Ambas as companhias, altamente endividadas e envolvidas em corrupção, querem vender sua participação. O valor de mercado da Braskem é de pouco mais de 12,6 bilhões de reais e não há notícia de um possível comprador a caminho.

No fim de junho, a Braskem inaugurou sua fábrica de 5,2 bilhões de dólares no México, construída juntamente com a petroquímica mexicana Idesa. O projeto vai adicionar 1,5 bilhão de dólares (quase 5 bilhões de reais) ao faturamento no médio prazo. É esperar que, com este novo enfeite, a noiva enfim atraia um interessado que não ligue para a péssima reputação dos sogros.

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