6 ações que se beneficiarão do quadro mais otimista no país
Santander eleva estimativa para o Ibovespa em 2016, mas alerta que falta de reformas na economia pode afetar negativamente o mercado
Anderson Figo
Publicado em 20 de abril de 2016 às 06h01.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h16.
São Paulo - O Santander revisou sua projeção para o Ibovespa no fim de 2016 para refletir um cenário mais otimista com o país. A estimativa do banco passou de 52.000 pontos para 61.000 pontos ---o índice fechou ontem na casa dos 53.700 pontos. "Estimamos que o mercado esteja precificando um crescimento real dos lucros de 5,5% (considerando a inflação de longo prazo de 5,5%). Isso está acima da média em sete anos de 2,7% para o crescimento implícito", disseram os analistas Daniel Gewehr e João Noronha. "Aos níveis atuais, o mercado já está precificando nível de crescimento otimista para os próximos anos, em nossa opinião, deixando espaço para as decepções ao longo de 2016 e 2017 se reformas significativas não vierem logo", completaram. Navegue pelas fotos e veja quais são as seis principais recomendações de ações apontadas pelo Santander para este ano.
O banco comenta que a empresa possui sólida geração de caixa e forte crescimento dos lucros, tendo em vista a desalavancagem financeira em andamento. Além disso, ela está exposta a um segmento resiliente (farmacêutico), motivado pelo envelhecimento da população. Os analistas também chamam atenção ao balanço não alavancado da empresa, que, segundo eles, justifica um prêmio em períodos de turbulência. Riscos Entre os riscos apontados está a grande aquisição a um "valuation caro", considerando a posição de caixa confortável da empresa, e aprovação mais lenta que o esperado de novos produtos pelo órgão regulador ( Anvisa ).
O banco diz que gosta da ação em virtude de sua combinação atípica de pontos positivos, sustentando os múltiplos altos aos quais é negociada. Entre eles, os analistas citam os baixos níveis de penetração de seguros no Brasil, o potencial para crescer dentro e fora da base substancial de clientes do Banco do Brasil e suas unidades de margem elevada ou com baixo consumo de capital. "O Banco do Brasil procura otimizar a rentabilidade e a BB Seguridade continua sendo um bom veículo para isso, em nossa opinião, devido a seu baixo consumo de capital e a penetração ainda reduzida dos produtos de seguros em sua carteira diversificada", disseram. Riscos O Santander citou o risco político devido à interferência do governo, que é o principal acionista da empresa, e o risco associado às taxas de
juros locais, uma vez que parte substancial da receita da BB Seguridade provém de sua carteira de investimentos.
juros locais, uma vez que parte substancial da receita da BB Seguridade provém de sua carteira de investimentos.
Os analistas dizem que continuam considerando a Weg como uma aposta de vantagem competitiva, gerando retornos acima do custo de capital, mas esperam que o mercado continue de lado até que a empresa apresente estabilização da margem, na segunda metade deste ano. Eles ressaltam que a Weg é a maior fabricante de motores elétricos e equipamentos afins na América Latina e uma das maiores do mundo. Com nove fábricas no Brasil e oito no exterior, a empresa tem presença global e atualmente vende produtos para mais de 100 países. "Com quatro áreas de negócios, a Weg tem uma carteira diversificada de produtos, incluindo motores elétricos, geradores e transformadores de energia, componentes eletrônicos, sistemas de automação industrial e tintas e vernizes", disseram. Riscos Entre os riscos citados está a expansão de um dígito dos lucros , bem como o acirramento da concorrência. Além disso, o Santander mencionou desafios na expansão internacional, com possível desaceleração mais forte na economia mundial.
Segundo os analistas, este é um veículo descontado para apostar no Itaú . "O Itaú é nosso nome preferido dentre os bancos brasileiros devido à sua posição de capital mais sólida, registro de consistente lucratividade operacional e diversificação internacional crescente", disseram. Eles acreditam que, embora o ambiente macroeconômico brasileiro deva permanecer desafiador nos próximos anos, os investidores devem investir em um banco com a mais forte disciplina de alocação de capital entre seus pares, um dos fatores positivos do Itaú. Riscos Os analistas destacam "problema específico em seu banco de atacado / corporativo ( Itaú BBA ) pode provocar um desconto relativamente ao
Bradesco ".
Bradesco ".
Entre os pontos positivos da ação os analistas destacam o dividend yield atrativo (estimativa de 11% para 2016 e de 14% para 2017), além da forte geração de caixa (estimativa de 12% para 2016 e de 14% para 2017). Também ressaltam a exposição aos preços de energia no longo prazo, mas com proteção no curto prazo (90% e 85% contratados em 2016 e 2017), e o baixo nível de endividamento . Risco Entre os riscos apontados pelos analistas estão os preços de geração abaixo do esperado, se a demanda por energia elétrica cair mais que
5% na comparação anual, e incertezas em relação ao cumprimento da exigência de expansão (cerca de 500 MW).
5% na comparação anual, e incertezas em relação ao cumprimento da exigência de expansão (cerca de 500 MW).
"Acreditamos que o novo cenário político possa levar a uma queda no risco-país e a retomada do crescimento econômico, o que poderia motivar um incremento na rentabilidade do sistema, principalmente tendo em vista a possível normalização do risco de crédito ", disseram os analistas. Ainda segundo eles, embora não tenha fornecido um guidance, a administração do BB observou que uma combinação de fatores pode levar a índices de capital mais confortáveis no futuro, como um índice de distribuição de dividendos mais baixo, por exemplo. "Acrescentamos que os pesos de risco atuais para o crédito agrícola (em cerca de 85%) podem ser reduzidos pelo Banco Central , mas essa é nossa opinião, não a do BB", afirmaram. Riscos Os analistas ressaltaram como risco um possível aumento na inadimplência , especialmente na carteira das PMEs (pequenas e médias empresas).
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