5 razões para a Fitch rebaixar o rating da Espanha
Agência de classificação de risco reduziu em três notas a dívida do país
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2012 às 14h47.
São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch rebaixou em três níveis a dívida da Espanha , mostra uma nota divulgada nesta quinta-feira. Além disso, a perspectiva negativa do rating foi mantida, o que indica a possibilidade de um novo rebaixamento no futuro. A nota de longo prazo passou de A para BBB.
“A dramática deterioração do perfil de crédito soberano da Espanha e os ratings no ano passado refletem em parte os erros político no nível europeu que na opinião da Fitch agravaram os desafios econômicos e financeiros do país enquanto busca rebalancear e reestruturar a sua economia”, diz a agência.
O país tem sofrido com a desconfiança dos investidores, o que tem se refletido nos altos juros pagos nas últimas emissões de dívida. A Espanha vendeu hoje 638 milhões de euros em títulos de dois anos com um juro médio de 4,335%, acima de 3,463% alcançados no leilão anterior dos mesmos papéis. A Fitch cita 5 pontos para justificar o rebaixamento:
1- O possível custo fiscal da reestruturação e recapitalização do setor bancário espanhol estimado em 60 bilhões de euros pela Fitch (equivalente a 6% do PIB), podendo chegar até a 100 bilhões de euros (9% do PIB) em cenário de maior estresse. A estimativa anterior da agência era de 30 bilhões de euros (3% do PIB).
2 – A dívida bruta do governo pode chegar a 95% do PIB em 2015 assumindo a recapitalização dos bancos em um valor de 60 bilhões de euros. A projeção anterior, divulgada no início do ano, era de um percentual de 82% ao final de 2013.
3 – A recessão da economia do país deverá continuar durante este ano e 2013. A expectativa anterior projetava uma recuperação a partir de 2013.
4 – O elevado nível de obrigações externas tornou o país especialmente vulnerável a um contágio da crise na Grécia
5 – A bastante reduzida flexibilidade financeira do governo espanhol tem reduzido a capacidade de intervir decisivamente na reestruturação do setor bancário e tem aumentado a probabilidade de uma ajuda financeira externa.