2015 será frustrante em termos de IPOs, dizem analistas
Especialistas afirmam que o momento é de análise para saber quais caminhos a economia deve tomar; aversão ao risco predomina
Karla Mamona
Publicado em 7 de janeiro de 2015 às 13h54.
São Paulo - No ano passado, apenas a Ourofino abriu capital na Bovespa , quando movimentou 418 milhões de reais. Na comparação com 2013, os números relacionados à abertura de capital deixaram muito a desejar. Naquele ano, 11 empresas bateram na porta da Bovespa e os IPOs somaram cerca de 8,5 bilhões de reais.
Para 2015, a perspectiva é de números pífios. De acordo com especialistas ouvidos por Exame.com, a chegada de novas empresas no mercado de capitais, se ocorrer, deve acontecer em ritmo lento. Isso porque, segundo eles, não existe nem sinal de uma “janela de oportunidade”.
O sócio da Legan Asset, Ivan Kraiser, lembra que o interesse das empresas em abrir capital só acontece quando o mercado interno está favorável.
“Com o mercado depreciado como atualmente, ninguém quer se arriscar. A situação está mais para as empresas fecharem capital do que abrirem”, explica.
Somado a isso, o estrategista da AZ FuturaInvest, Adriano Moreno, ressalta ainda problemas externos, como a possível saída da Grécia da zona do Euro e a queda dos preços das commodities, fatores que inibem qualquer apetite por risco.
“O primeiro semestre está perdido. Talvez os IPOs possam acontecer depois de agosto”, acrescenta.
Para o diretor-presidente da Senior Solution, Bernardo Gomes, o primeiro trimestre será apenas um período em que as empresas analisarão quais caminhos serão tomados.
“Existe uma perspectiva para entender o que irá acontecer no curto prazo. Com todo este cenário de instabilidade, os projetos de abertura de capital ficaram engavetados”, afirma Gomes.
Ele lembra que a Senior Solution passou por duas tentativas antes de abrir capital na Bovespa. A primeira foi no final de 2007, mas com a chegada do conturbado 2008 os planos foram adiados. A segunda empreitada foi em 2010, mas a crise da Europa em 2011 frustrou os planos.
A empresa só conseguiu estrear na Bolsa em 2013, ou seja, seis anos após a primeira tentativa. “É preciso esperar a tal janela de oportunidade se abrir”, finaliza.
Valor de mercado | 93,5 bilhões de dólares |
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País | Brasil |
Setor | Bebidas |
Variação da ação em 12 meses | +0,42% |
Valor de mercado | 73,8 bilhões de dólares |
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País | México |
Setor | Telecomunicações |
Variação da ação em 12 meses | -4,9% |
Valor de mercado | 66,3 bilhões de dólares |
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País | Brasil |
Setor | Financeiro |
Variação da ação em 12 meses | +30% |
Valor de mercado | 54,4 bilhões de dólares |
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País | Brasil |
Setor | Financeiro |
Variação da ação em 12 meses | +31% |
Valor de mercado | 40,4 bilhões de dólares |
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País | México |
Setor | Bebidas |
Variação da ação em 12 meses | +12% |
Valor de mercado | 39,7 bilhões de dólares |
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País | Brasil |
Setor | Mineração |
Variação da ação em 12 meses | -28% |