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Magalu divulga balanço hoje após o pregão: o que esperar dos números?

Projeções dos analistas apontam para mais um trimestre bastante positivo para a companhia, com expansão de três dígitos das vendas online na comparação anual

Esteira de produtos em centro de distribuição do Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)

Esteira de produtos em centro de distribuição do Magazine Luiza (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 8 de março de 2021 às 06h30.

Última atualização em 8 de março de 2021 às 09h50.

Nesta segunda-feira, 8, após o fechamento do pregão, o Magazine Luiza (MGLU3) divulgará seu resultado do quarto trimestre de 2020. 

A companhia deve mostrar mais um resultado forte, com destaque para as vendas online, que continuam a se beneficiar da mudança no hábito de consumo da população das lojas físicas para o meio digital, acelerada pela pandemia. 

As projeções de bancos e corretoras apontam para um crescimento no volume bruto de mercadorias vendidas (GMV, na sigla em inglês) na plataforma de e-commerce da Magalu de três dígitos no quarto trimestre, na comparação com o mesmo período do ano anterior. 

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Uma delas, do Bradesco BBI, calcula um crescimento de 120% no GMV do e-commerce da companhia no quarto trimestre. Tal número colocaria a empresa com o maior ganho em vendas online entre as grandes varejistas brasileiras no período: a Via Varejo (VVAR3) reportou crescimento de 110,5% no GMV no quarto trimestre, enquanto a B2W (BTOW3) teve expansão de 38,2%. 

Na mesma linha, os analistas do BTG Pactual estimam um avanço no GMV do Magazine Luiza de 116%. Para eles, a receita líquida deve atingir 10,05 bilhões de reais no período, crescimento de 58% em relação ao quarto trimestre de 2019, enquanto o lucro líquido deve alcançar 216 milhões de reais, alta de 17%. 

Mas, mais do que olhar os números do último trimestre, o mercado tentará buscar também por indícios se, depois de toda essa expansão em 2020, a companhia — assim como as demais de e-commerce, que registraram forte avanço em 2020 — pode enfrentar uma ressaca neste ano. 

Depois da festa, a ressaca 

"O principal problema enfrentado por essas empresas agora é o quanto o crescimento do GMV desacelerará em 2021. Esperamos ver a equipe de gestão dessas empresas relativamente otimistas sobre o primeiro trimestre (tendo em vista a base de comparação mais fácil). Com isso, é provável que só tenhamos uma ideia melhor da desaceleração em abril", comentaram os analistas do Bradesco BBI em relatório divulgado no fim de janeiro.  

Para eles, o e-commerce pode supreender negativamente em 2021, depois de um ano estelar em 2020. Os analistas citam que duas categorias relevantes devem enfrentar maiores dificuldades: de eletrônicos e eletrodomésticos, depois que as duas aumentaram sua participação no online para cerca de 70% e 37%, respectivamente, em 2020. "Essas duas categorias respondem agora por 52% do GMV do mercado, portanto, alguma pressão exercerão no crescimento geral."

Eles também apontam riscos de a concorrência se tornar mais agressiva, com os quatro maiores players -- Magalu, Via Varejo, Mercado Livre e B2W -- respondendo por 70% do mercado em 2020. As estimativas apontam que alcancem 75% neste ano.

“Há espaço para os quatro players se todos eles estivessem dispostos a crescer em linha com o mercado, mas não achamos que esse é o caso. Todos estão dispostos a crescer a uma taxa mais rápida do que 20% e isso pode começar a intensificar a competição”.

“Em algum momento, as empresas que desejarem crescer a uma taxa muito mais rápida terão que obter participação de outros grandes players”. 

A questão-chave é se há crescimento/mercado suficiente para os quatro grandes players do mercado entregarem o que os investidores estão esperando, pontuaram os analistas. 

Para eles, no longo prazo, será difícil manter um mercado com quatro grandes players, com alto crescimento. 

“Como dito, haverá algum momento em que esses players terão que ir uns atrás dos outros para crescer a um ritmo mais rápido do que o mercado. Isso implica um cenário em que os quatro players buscarão crescer e defender agressivamente suas participações no mercado. Mas nenhum dessas empresas é um alvo fácil — Meli tem a maior base de usuários, Magalu tem executado perfeitamente seu negócio por pelo menos os últimos quatro anos, a B2W está investindo em frete grátis e a Via Varejo finalmente está alavancando a força da sua marca”.

No curto prazo, no entanto, eles ressaltaram que os investidores podem enfrentar uma jornada acidentada. Mais especificamente, apontaram, "isso significa margens potencialmente mais baixas para essas empresas e geração de caixa mais fraca".

O Bradesco BBI tem recomendação neutra para o Magalu, com preço-alvo de 26,00 reais para o fim deste ano, praticamente no patamar atual das ações (fecharam cotadas em 25,13 reais na última sexta-feira ). Para eles, as ações da companhia já precificam seu potencial de expansão ao longo dos próximos meses. 

O Magazine Luiza realiza teleconferência sobre o resultado do quarto trimestre na terça-feira, às 11h.

 

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