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Juro tem forte reprecificação com aposta em aperto prolongado

Os contratos de juro futuro para janeiro de 2024 superaram os 14% pela primeira vez desde 2016 nesta terça-feira

Selic: os investidores já apostam numa Selic em 14%, ou acima, a partir do final deste ano, e que este patamar será mantido até por volta de agosto de 2023 (Marcello Casal jr/Agência Brasil)
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Bloomberg

Publicado em 19 de julho de 2022 às 13h07.

Última atualização em 19 de julho de 2022 às 14h13.

O mercado de juros futuros passa por uma forte reprecificação do ciclo de alta dos juros em meio ao aperto monetário global e aos riscos fiscais e inflacionários no Brasil amplificados pelas incertezas eleitorais. Esse movimento agora é focado não mais no tamanho da taxa no final do ciclo, mas na aposta de que o juro terá de seguir elevado por muito mais tempo.

Os contratos de juro futuro para janeiro de 2024 superaram os 14% pela primeira vez desde 2016 nesta terça-feira. A taxa subiu mais de 80 pontos nos últimos 30 dias com o receio de que o aumento de gastos do governo antes da eleição de outubro deteriore as contas fiscais. As expectativas inflacionárias pioraram para 2023, apesar do alívio neste ano com a redução de impostos sobre combustíveis.

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“A expectativa de aumento dos juros internacionais precisa ser acompanhada pelos juros domésticos para que o diferencial seja mantido e não ocorra uma depreciação brusca do real, que acarretaria em ainda mais inflação´´, diz Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. “O mercado está percebendo que o final do ciclo do aperto monetário pode realmente ser mais alto, e que esses juros ficarão elevados por um bom tempo.´´

Os investidores já apostam numa Selic em 14%, ou acima, a partir do final deste ano, e que este patamar será mantido até por volta de agosto de 2023. Uma semana atrás, a Selic de 14% era precificada até maio. Há um mês, uma taxa de 14% ainda não estava 100% precificada para o final do aperto monetário iniciado em março do ano passado.

Os investidores que apostavam em Selic final menor ou que as taxas ficariam altas por menos tempo estão tendo de zerar posições diante de preocupações com mais gasto até a eleição, diz Sergio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital. “O mercado está reprecificando de novo a política monetária´´

O mercado de juros está adicionando muito prêmio por conta da eleição, diz Carlos Menezes, gestor da Gauss Capital. “Uma hora esse prêmio se reduz, mas quem fica aplicado acaba tendo que reduzir, por gestão de risco´´.

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