Taylor Swift: cantora é vítima de "deepnudes" (Redes Sociais/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 09h28.
Última atualização em 30 de janeiro de 2024 às 07h24.
Após a circulação de imagens explícitas geradas por inteligência artificial (IA) envolvendo a popstar Taylor Swift, a plataforma X implementou um bloqueio nas buscas pelo nome da artista. Usuários que tentam realizar a pesquisa se deparam com uma mensagem de erro sugerindo a recarga da página.
Joe Benarroch, líder de operações comerciais da X, comunicou à BBC News que a medida foi adotada "com uma abundância de precaução, priorizando a segurança neste assunto". O próprio X reconheceu a disseminação dos deepnudes (descrição para imagens, vídeos ou áudios falsos gerados por IA, usado para falar de fotos falsas de pessoas nuas ou em cenários sexuais) em uma publicação na sexta-feira, 26, informando que trabalha para removê-las e está "monitorando de perto" a situação.
A empresa enfatizou, através da conta de segurança da X, que "a postagem de Nudez Não Consentida (NCN) é estritamente proibida na plataforma, e há uma política de tolerância zero para esse tipo de conteúdo". Taylor Swift, reportou o Daily Mail, está enfurecida com as imagens e considerando ações legais. As fotos receberam condenação internacional, com figuras públicas criticando tanto as imagens quanto a sua propagação.
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, classificou as imagens como "alarmantes e terríveis", solicitando mais "barreiras de segurança" para a tecnologia. A Casa Branca também expressou alarme com as imagens.
Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa da Casa Branca, destacou: "Sabemos que a aplicação frouxa [das regras] afeta desproporcionalmente as mulheres e, infelizmente, também as meninas, que são os alvos predominantes".
Uma variação do termo "deepfake", descrição para imagens, vídeos ou áudios falsos gerados por IA, os "deepnudes" são fotos falsas de pessoas nuas ou em cenários sexuais, geradas por inteligência artificial.
No Brasil, a criação ou manipulação de imagens com inteligência artificial para fins pornográficos é considerada crime. A legislação prevê pena de detenção de seis meses a um ano e multa para quem produz tais conteúdos sem o consentimento dos participantes, e reclusão de um a cinco anos para quem os compartilha.
"Deepnudes" têm se tornado um desafio crescente, principalmente para mulheres. Casos semelhantes envolvendo a atriz Ísis Valverde e até estudantes em escolas do Rio de Janeiro e Recife destacam a urgência de medidas rigorosas para combater esse tipo de crime virtual.