Jen-Hsun Huang: CEO da Nvidia (David Paul Morris/Bloomberg/Getty Images)
Repórter
Publicado em 22 de julho de 2024 às 16h37.
Última atualização em 22 de julho de 2024 às 16h58.
O gigante dos chips AI, Nvidia, está trabalhando em uma versão de seus novos chips de ponta, a série "Blackwell", especificamente para o mercado chinês, segundo a Reuters. A iniciativa visa garantir que os chips estejam em conformidade com os atuais controles de exportação dos Estados Unidos, em outras palavras, trata-se de uma versão do processador criada com tecnologias criadas fora dos EUA.
A série "Blackwell", apresentada em março, será produzida em massa no final deste ano. Dentro da série, o modelo B200 é 30 vezes mais rápido que seu predecessor em tarefas como fornecer respostas de chatbots.
Para chegar no produto final, a Nvidia colaborará com a Inspur, um de seus principais parceiros na China, para o lançamento e distribuição do chip, provisoriamente chamado de "B20".
As remessas do "B20" estão previstas para começar no segundo trimestre de 2025.
Washington apertou os controles sobre exportações de semicondutores de ponta para a China em 2023, buscando evitar avanços em supercomputação que poderiam beneficiar o Exército chinês.
De lá para cá, a Nvidia desenvolveu três chips específicos para o mercado chinês.
O advento de controles mais rígidos dos EUA ajudou o gigante chinês Huawei e startups como a Tencent a ganharem espaço no mercado de semicondutores. Uma versão do chip da série Blackwell para o mercado chinês fortaleceria os esforços da Nvidia para enfrentar esses desafios.
A China representou cerca de 17% da receita da Nvidia no ano encerrado em janeiro, uma queda em relação aos 26% de dois anos antes, devido às sanções dos EUA.
O chip mais avançado da Nvidia para o mercado chinês, o H20, teve um início fraco quando as entregas começaram este ano, e a empresa dos EUA o precificou abaixo de um chip rival da Huawei. No entanto, as vendas estão crescendo rapidamente.
Nvidia está a caminho de vender mais de 1 milhão de chips H20 na China neste ano, gerando uma receita superior a US$ 12 bilhões, de acordo com estimativa do grupo de pesquisa SemiAnalysis.
As expectativas são altas de que os EUA continuarão a pressionar por controles de exportação relacionados a semicondutores. Os EUA querem que os Países Baixos e o Japão restrinjam ainda mais os equipamentos de fabricação de chips para a China.
A administração Biden também tem planos preliminares para impor restrições aos modelos de IA mais avançados, que são o núcleo dos sistemas de inteligência artificial como o ChatGPT.
As ações de empresas de chips globalmente caíram na semana passada após a Bloomberg News relatar que a administração Biden estava considerando uma medida chamada regra de produto direto estrangeiro, que permitiria aos EUA impedir a venda de um produto se ele fosse fabricado usando tecnologia americana.