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Ex-Google mira captação de US$ 1 bilhão para nova empresa de inteligência artificial

Valor negociado pela Cohere, sediada em Toronto, sinaliza que a era das "super valuations" de empresas de IA chegou

Aidan Gomez, CEO da Cohere: o jovem inovador particiou do Google Brain, um importante laboratório de IA da big tech (Chris Ratcliffe/Getty Images)
André Lopes

Repórter

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 11h02.

Última atualização em 24 de janeiro de 2024 às 15h58.

A startup Cohere, especializada em inteligência artificial (IA) e fundada por ex-cientistas do Google, está em processo de negociações para uma captação de recursos que pode alcançar a marca de US$ 1 bilhão. Este movimento ocorre no momento em que investidores demonstram interesse crescente por modelos de linguagem de grande escala (LLMs), semelhantes aos desenvolvidos pela OpenAI, empresa apoiada pela Microsoft.

Sediada em Toronto, a Cohere ainda não definiu um valor de mercado específico ou um alvo exato para a arrecadação de fundos. No entanto, há discussões em torno de um aporte de capital que varia entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão.

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Esse valor supera o total já investido na Cohere, que, segundo dados da Crunchbase, acumulou US$ 270 milhões em investimentos ao longo de quatro séries de captação. A expectativa é que essa nova rodada eleve significativamente a avaliação da empresa, que atingiu US$ 2,2 bilhões em junho de 2023, com aportes da Nvidia e Oracle, além de fundos de venture capital como Index Ventures e Inovia Capital.

O que faz a Cohere e porque ela vale tanto

Fundada há cinco anos por Aidan Gomez, Nick Frosst e Ivan Zhang, a Cohere se destaca no cenário norte-americano de startups de IA, ao lado de nomes como OpenAI e Anthropic. Gomez, CEO da empresa, é conhecido por coautorar o influente artigo de pesquisa “Attention Is All You Need” durante seu período como estagiário no Google Brain, contribuindo significativamente para os avanços na análise computacional de textos.

Startups de IA demandam um fluxo constante de capital novo, devido à necessidade de grande poder computacional e vastas quantidades de dados para o desenvolvimento de seus modelos.

Passado mais de um ano desde o lançamento do ChatGPT pela OpenAI, em novembro de 2022, investidores buscam sinais de que essas promissoras startups possam comercializar suas tecnologias e gerar retorno sobre os investimentos. A Cohere, diferentemente de seus concorrentes, concentra-se em atender clientes corporativos, em vez de dominar o mercado de chatbots voltados para o consumidor final.

Com esse foco mais restrito, os custos da Cohere para o desenvolvimento de seus modelos são menores do que os da OpenAI, cujas ferramentas de propósito geral demandam mais investimentos para construção, treinamento e operação.

O retorno aos investidores, apenas seis meses após a última grande captação de recursos, será um teste para o apetite e capacidade dos capitalistas de risco em continuar investindo em IA, mesmo em avaliações mais elevadas. OpenAI e Anthropic têm se apoiado cada vez mais em parcerias com grandes empresas de tecnologia à medida que suas necessidades de capital aumentam.

A Cohere, com uma avaliação de capital bem inferior à da OpenAI, que atualmente realiza uma venda secundária de ações de funcionários avaliada em US$ 86 bilhões , e da Anthropic, que busca novos fundos com uma avaliação superior a US$ 18 bilhões, se posiciona como um provedor neutro para clientes empresariais, oferecendo modelos que não estão vinculados a provedores de nuvem como Microsoft, Amazon e Google.

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