Rodolfo Reis (CEO), Ana Carla Abreu (COO) e Daniel Merli (CTO): sócios fundadores da WeClever (WeClever/Reprodução)
Repórter
Publicado em 20 de julho de 2023 às 16h44.
Última atualização em 31 de julho de 2023 às 09h58.
O mercado de sistemas de inteligência artificial (IA) voltados para o consumidor, como ChatGPT e Bard, está em plena ascensão. Previsões da Bloomberg Intelligence sugerem que esse segmento, que gerou US$ 40 bilhões no ano passado, deve expandir para US$ 1,3 trilhão até 2032.
É de olho em uma fatia desse montante que a WeClever oferece soluções em marketing conversacional gerado por IA. A missão da empresa, comandada pelos sócios Rodolfo Reis, Ana Carla Abreu e Daniel Morais, é aumentar as taxas de conversão de vendas de seus clientes usando chatbots.
A ideia, por assim dizer, é usar a IA para intervir no consumidor que estava desistindo do carrinho de compras dentro de um e-commerce ou marketplace. O números mostram que funciona. Desde 2020, quando iniciou a operação, a WeClever já reverteu em desistência de compras o total de R$ 400 milhões e mantém a média de conversão de 37%.
Criada pouco antes da pandemia, a empresa experimentou da rápida digitalização por qual passou o Brasil e o mundo. E, por meio dos clientes, vindos principalmente do varejo, atingiu a marca de 4 milhões de pessoas impactadas com as conversas automatizadas neste ano.
Contudo, o momento de virada surge quando a empresa passa a usar do ChatGPT, da OpenAI, no final do ano passado, para criar as conversas com esses consumidores que estão próximos de desistir de gastar.
De lá pra cá, contando com a IA mais usada do mundo na operação, a empresa faturou R$15 milhões, um crescimento de 100% em relação ao ano anterior. Para 2023, destaca o CEO da WeClever Rodolfo Reis, a expectativa de faturamento gira em torno de R$ 30 milhões.
"Anteriormente, tínhamos consultores humanos lidando com interações com clientes, mas percebemos que os chatbots poderiam ser eficientes na tarefa e também escaláveis. Foi uma mudança significativa, mas trouxe muitos benefícios para a empresa. Eles fornecem conexão personalizada, especialmente quando há empatia nas conversas. Característica cada vez mais possível a medida que a tecnologia avança", afirma Rodolfo Reis.
Reis, um entusiasta da tecnologia, já teve sucesso em outra companhia que ele ajudou a fundar, há 4 anos, o Leiturinha, clube de assinaturas de livros infantis. A startup inclusive foi vendida à gigante Movile, dona do iFood, após 2 anos de operação.
“O elemento humano permeia ambos os negócios, sobretudo no processo de aquisição e retenção de clientes”, diz Rodolfo. Segundo ele, uma das forças de venda do clube de assinatura era o atendimento.
Há mais para explorar no negócio da WeClever. A tecnologia proprietária da empresa permite análises completas e profundas, incluindo análise de sentimentos durante o atendimento e identificação de palavras-chave.
Em outras palavras, as mais de 53.730 conversas que já foram geradas pelos chatbots se transformam em dados. E esses dados podem ser usados para gerar insights valiosos e tomar decisões mais informadas, tornando as operações de venda mais eficazes e personalizadas.
A respeito da frieza comumente atribuída aos chatbots, o CEO enfatiza que acredita que uma abordagem mais humanizada e uma linguagem mais natural são benéficas para ambas as partes, contribuindo para que os clientes recuperem uma venda que seria encerrada sem nenhuma intervenção.