Jeff Bezzos, CEO da Amazon: criação de um fundo com 2 bilhões de dólares para investir em empresas que oferecem soluções direcionadas à descarbonização (David McNew / Correspondente/Getty Images)
A cada ano, cerca de 50 bilhões de toneladas de gás carbônico são lançados na atmosfera como parte dos gases de efeito estufa gerados por processos industriais. Em 2021, segundo o relatório “Taking Stock: A global assessment of net zero targets”, 21% das 2.000 maiores empresas públicas do mundo já haviam se comprometido com a meta de atingir uma economia net zero, ou seja, eliminar suas emissões de carbono. Entre essas organizações, estão Apple, Amazon e Microsoft. Juntas, elas acumulam quase 14 trilhões de dólares em vendas.
Ainda assim, falta investimento em novas tecnologias para alcançar a economia de baixo carbono. Um dos caminhos é intensificar os aportes em inovações verdes que possam levar as empresas e a sociedade ao caminho de neutralização das emissões.
De acordo com a PwC, em 2013, apenas 418 milhões de dólares foram investidos em startups que têm a descarbonização como objetivo. Em 2019, o número cresceu para 16 bilhões. Os setores que mais receberam capital para lidar com esse desafio foram: transporte e mobilidade; comida, agricultura e uso da terra; e energia. Segundo a consultoria, o envolvimento de investidores estratégicos, somado aos investimentos de risco, serão a chave para o desenvolvimento de tecnologias capazes de mitigar a mudança climática.
Nesse sentido, em 2020 a Amazon anunciou a criação de um fundo específico, que hoje conta com 2 bilhões de dólares, para realizar investimentos em empresas que estejam construindo produtos e tecnologias e oferecendo serviços direcionados à descarbonização. Os setores público e privado têm se movimentado nessa mesma direção: recentemente, o Reino Unido anunciou a injeção de cerca de 235 milhões de dólares no setor de tecnologias verdes.
O objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) é que o planeta consiga zerar as emissões de carbono até 2050, o que ajudaria a limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em comparação com a era pré-industrial. Para tanto, é necessário não só ampliar os investimentos em novas técnicas, produtos e conhecimentos que, quando aplicados, contribuam para a desaceleração da mudança climática, mas também investir em tecnologias já existentes, como as energias solar e eólica, biocombustíveis sustentáveis e a captura e armazenamento de carbono.
“Essas técnicas já estão disponíveis, são acessíveis e são muito menos danosas ao meio ambiente do que as tecnologias baseadas em combustíveis fósseis”, explica John Harte, professor do departamento de ciências ambientais da Universidade da Califórnia em Berkeley. “Outra alternativa seria apostar em políticas como impostos de carbono e subsídios para quem trabalha com tecnologia renovável”, afirma.