Inovação

Aladdin? Cientistas criam “tapete voador” e chamam a atenção da Nasa

Pesquisadores conseguiram fazer com que placas de tecido pudessem levitar usando apenas luzes LED e uma câmara de vácuo

Tapete voador é retratado nos filmes, desenhos e peças teatrais do conto infantil Aladdin, criado em 1992 pela Disney (Aladdin/Reprodução)

Tapete voador é retratado nos filmes, desenhos e peças teatrais do conto infantil Aladdin, criado em 1992 pela Disney (Aladdin/Reprodução)

RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 08h00.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2021 às 11h39.

O velho ditado diz que a vida imita a arte. Cientistas da Universidade de Pensilvânia, nos Estados Unidos, querem provar isso pode realmente acontecer. E graças à tecnologia. Com o uso de placas de luz e uma câmara de vácuo, os pesquisadores conseguiram desenvolver uma espécie de tapete voador. E a Nasa já está de olho.

Para realizar o experimento foi necessário um conjunto de luzes LEDs brilhantes instaladas dentro de uma câmara de vácuo. O ambiente propiciou que duas pequenas placas de Mylar – uma forte película derivada do poliéster –  pudessem pairar no ar. O feito é impressionante já que não havia qualquer motor ou vento para auxiliar na levitação.

“Houve um suspiro entre a equipe quando percebemos que as amostras estavam flutuando”, disse o pesquisador Mohsen Azadi, um dos autores do estudo e doutorando de engenharia na Universidade de Pensilvânia à revista científica Wiley Online Library, que publicou o estudo completo.

Mas infelizmente isso não quer dizer que teremos tapetes voadores, como o utilizado por Aladdin, num futuro próximo. A intenção dos pesquisadores é entender como este processo pode ser útil em estudos que analisam a mesosfera, terceira camada da atmosfera, acima da estratosfera e abaixo da termosfera.

“Ela às vezes é chamada de ‘ignorosfera’, porque é deixada de lado”, afirmou Igor Bargatin, professor de engenharia mecânica na universidade à Wired. O especialista explica que esta é uma camada difícil de ser estudada. “Você pode enviar um foguete por alguns minutos de cada vez, mas não consegue fazer medições semelhante usando aviões ou balões.”

Os avanços neste campo de estudo interessam diretamente às agências espaciais. A Nasa, por exemplo, quer entender como as aplicações desta tecnologia podem auxiliar nas pesquisas que são feitas em Marte. Isso porque a pressão atmosférica marciana é semelhante à obtida na mesosfera terrestre. Seria possível, então, coletar mais dados de temperatura da região.

Com o uso desta tecnologia que permite fazer com que as placas pairem no ar “seria possível decolar uma vez por dia, subir, descer e pousar sua pequena sonda marciana”, afirmou Paul Newman cientista-chefe de Ciências da Terra no Goddard Space Flight Center, da Nasa, à Wired,  “Isso seria fantástico.”

 

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