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Rússia e China reforçam aliança no Mediterrâneo

O navio de guerra da Armada russa "Moskva", equipado com mísseis, será o quartel-general de onde as tarefas serão comandadas

O navio de guerra da Armada russa "Moskva", equipado com mísseis, será o quartel-general de onde as tarefas serão comandadas (Dmitry Kostyukov/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2015 às 14h38.

Moscou - Rússia e China reforçaram neste domingo a aliança estratégica com suas primeiras operações navais conjuntas em águas do Mar Mediterrâneo.

"As manobras russo-chinesas no Mediterrâneo não serão voltadas contra uma terceira parte", disse o vice-almirante russo Aleksandr Fedotenkov, em clara referência à Otan.

O navio de guerra da Armada russa "Moskva", equipado com mísseis, será o quartel-general de onde as tarefas serão comandadas.

"A missão é aprofundar a cooperação entre as frotas de duas grandes potências marítimas para fortalecer a estabilidade e fazer frente aos novos desafios e ameaças no mar", acrescentou o militar russo.

A "Cooperação Marítima 2015" visa coordenar os esforços de ambos os países para estarem aptos a enfrentar perigos de novo como os piratas somalis no Golfo de Áden.

Seis navios russos farão parte da cooperação, entre eles a fragata "Ladny", os navios de desembarque "Aleksandr Otrakovsky" e "Aleksandr Shabalin", a corveta "Samum" e o rebocador "MB-31".

Do lado chinês, participarão as fragatas "Linyi" e "Weifang", e o navio-tanque "Wei Shanhu", que chegou no início de maio ao Mar Negro e cruzou nesta quinta-feira o estreito de Bósforo.

Os navios russos e chineses realizarão operações até o 21 de maio, principalmente no Mediterrâneo Oriental, que abrange países como Turquia, Síria, Israel e Egito.

"A presença naval da China nesta região do mundo é um novo fenômeno nas relações internacionais, que tem a ver com o elevado nível de associação estratégica que alcançado recentemente entre Rússia e China", disse o ex-secretário do Conselho de Segurança russo Andrei Kokoshin à agência "Interfax".

Kokoshin comentou que essas atividades são uma clara demonstração de apoio político-militar da China à Rússia, agora que as relações do Kremlin com o Ocidente se encontram em um momento difícil devido à crise ucraniana.

O presidente da China, Xi Jinping, foi o único líder mundial que acompanhou no dia 9 de maio, na Praça Vermelha, o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, no maior desfile militar da história da Rússia para celebrar o 70º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista.

A Rússia retornou ao Mar Mediterrâneo há alguns anos, mas foi a crise da Síria que acelerou a formação, há dois, de uma frota permanente na região, onde Moscou conta com sua única base naval no exterior, o porto sírio de Tartus.

O Mediterrâneo "é uma importante região do ponto de vista estratégico. Temos interesses relacionados a garantias da segurança nacional da Rússia", disse Putin.

O "Moskva", que bloqueou os navios ucranianos durante a anexação da Crimeia, foi utilizado em meados de 2013 perto do litoral sírio, coincidindo com o aumento da presença naval americana no Mediterrâneo oriental.

A frota do Mar Negro, encarregada de vigiar o Mediterrâneo, incorporará cerca de 50 novos navios, incluindo submarinos, até 2020.

"É um grande desafio para aqueles que se consideravam donos dos mares Negro e Mediterrâneo. Recuperamos o controle do Mar Negro, recuperamos o controle do Mediterrâneo", ressaltou Sergei Zhelezniak, vice-presidente da Câmara dos Deputados da Rússia, Sergei Zhelezniak.

Enquanto isso, para a China, muito cautelosa no que se refere ao lugar de tropas fora de suas fronteiras, o objetivo é garantir seus interesses comerciais e energéticos na Europa, no Oriente Médio e na África.

Pequim financiou a modernização do porto de Pireo e está disposta a investir em infraestruturas de transporte, como o trem entre Moscou e Kazan, para iniciar a nova Rota da Seda entre o gigante asiático e Europa.

Segundo os analistas, a presença de navios chineses no Mar Mediterrâneo será norma a partir de agora, já que é uma forma de garantir a segurança de seus investimentos.

Coincidindo com o início das manobras, o secretário de Estado americano, John Kerry, visitou Pequim, onde se reuniu com Xi para abordar o aumento da tensão no Mar Meridional. EFE

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"As manobras russo-chinesas no Mediterrâneo não serão voltadas contra uma terceira parte", disse o vice-almirante russo Aleksandr Fedotenkov, em clara referência à Otan.

O navio de guerra da Armada russa "Moskva", equipado com mísseis, será o quartel-general de onde as tarefas serão comandadas.

"A missão é aprofundar a cooperação entre as frotas de duas grandes potências marítimas para fortalecer a estabilidade e fazer frente aos novos desafios e ameaças no mar", acrescentou o militar russo.

A "Cooperação Marítima 2015" visa coordenar os esforços de ambos os países para estarem aptos a enfrentar perigos de novo como os piratas somalis no Golfo de Áden.

Seis navios russos farão parte da cooperação, entre eles a fragata "Ladny", os navios de desembarque "Aleksandr Otrakovsky" e "Aleksandr Shabalin", a corveta "Samum" e o rebocador "MB-31".

Do lado chinês, participarão as fragatas "Linyi" e "Weifang", e o navio-tanque "Wei Shanhu", que chegou no início de maio ao Mar Negro e cruzou nesta quinta-feira o estreito de Bósforo.

Os navios russos e chineses realizarão operações até o 21 de maio, principalmente no Mediterrâneo Oriental, que abrange países como Turquia, Síria, Israel e Egito.

"A presença naval da China nesta região do mundo é um novo fenômeno nas relações internacionais, que tem a ver com o elevado nível de associação estratégica que alcançado recentemente entre Rússia e China", disse o ex-secretário do Conselho de Segurança russo Andrei Kokoshin à agência "Interfax".

Kokoshin comentou que essas atividades são uma clara demonstração de apoio político-militar da China à Rússia, agora que as relações do Kremlin com o Ocidente se encontram em um momento difícil devido à crise ucraniana.

O presidente da China, Xi Jinping, foi o único líder mundial que acompanhou no dia 9 de maio, na Praça Vermelha, o chefe do Kremlin, Vladimir Putin, no maior desfile militar da história da Rússia para celebrar o 70º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista.

A Rússia retornou ao Mar Mediterrâneo há alguns anos, mas foi a crise da Síria que acelerou a formação, há dois, de uma frota permanente na região, onde Moscou conta com sua única base naval no exterior, o porto sírio de Tartus.

O Mediterrâneo "é uma importante região do ponto de vista estratégico. Temos interesses relacionados a garantias da segurança nacional da Rússia", disse Putin.

O "Moskva", que bloqueou os navios ucranianos durante a anexação da Crimeia, foi utilizado em meados de 2013 perto do litoral sírio, coincidindo com o aumento da presença naval americana no Mediterrâneo oriental.

A frota do Mar Negro, encarregada de vigiar o Mediterrâneo, incorporará cerca de 50 novos navios, incluindo submarinos, até 2020.

"É um grande desafio para aqueles que se consideravam donos dos mares Negro e Mediterrâneo. Recuperamos o controle do Mar Negro, recuperamos o controle do Mediterrâneo", ressaltou Sergei Zhelezniak, vice-presidente da Câmara dos Deputados da Rússia, Sergei Zhelezniak.

Enquanto isso, para a China, muito cautelosa no que se refere ao lugar de tropas fora de suas fronteiras, o objetivo é garantir seus interesses comerciais e energéticos na Europa, no Oriente Médio e na África.

Pequim financiou a modernização do porto de Pireo e está disposta a investir em infraestruturas de transporte, como o trem entre Moscou e Kazan, para iniciar a nova Rota da Seda entre o gigante asiático e Europa.

Segundo os analistas, a presença de navios chineses no Mar Mediterrâneo será norma a partir de agora, já que é uma forma de garantir a segurança de seus investimentos.

Coincidindo com o início das manobras, o secretário de Estado americano, John Kerry, visitou Pequim, onde se reuniu com Xi para abordar o aumento da tensão no Mar Meridional. EFE

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