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Vírus que atacam aplicativos de bancos em celulares dobraram em 2022

Ao menos 200 mil tipos diferentes de malwares focados em apps bancários para dispositivos móveis foram identificados

Vírus ficam disfarçados em aplicativos falsos em lojas virtuais (seksan Mongkhonkhamsao/Getty Images)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de março de 2023 às 14h40.

O uso de vírus focados no roubo de dados em aplicativos bancários de celulares e outros dispositivos móveis dobrou em 2022, de acordo com dados da Kaspersky, uma das principais empresas do mundo na área de segurança digital. O levantamento da companhia aponta que cerca de 200 mil novos malwares específicos para esse tipo de ataque foram descobertos no ano passado.

Em 2021, foram cerca de 100 mil vírus detectados. Segundo a empresa, o crescimento demonstra um "cenário preocupante", já que o número de 2022 também o maior dos últimos seis anos. "A situação exige cuidados adicionais dos consumidores na hora de baixar aplicativos de bancos", ressaltou a Kaspersky em um comunicado.

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A Kaspersky também considera que a alta indica o interesse crescente de cibercriminosos por consumidores online e dados financeiros, com um investimento ativo para a criação de novos tipos de malwares especializados. De acordo com a empresa, esse tipo de vírus consegue realizar fraudes bancárias e roubar dados de meios de pagamentos, incluindo cartões de crédito.

A principal forma de transmitir os vírus para os dispositivos móveis é o uso de lojas de aplicativos, tanto oficiais quanto não-oficiais. Disfarçados de aplicativos, vírus como o BRATA, Ghimob, TwMobo, Sharkbot e Xenomorph acabam sendo baixados pelos usuários que não possuem o conhecimento de que eles são, na verdade, malwares capazes de roubar dados.

"Por exemplo, o Sharkbot se disfarçava de um gerenciador de arquivos, mas continha também um malware capaz de solicitar permissão para instalar outros arquivos para rodar o vírus bancário no dispositivo infectado", explica a Kaspersky. Em 2022, ao menos 1,66 milhões de vírus disfarçados foram detectados.

"Com a evolução dos serviços e tecnologias móveis, as ameaças para smartphones estão se tornando cada vez mais predominantes. Para lidar com essa preocupação crescente, os profissionais de segurança precisam monitorar continuamente o cenário de ameaças nos dispositivos móveis, além de acompanhar as tendências de golpes para manter consumidores e a comunidade de cibersegurança informados dos perigos emergentes", destaca a Kaspersky.

Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da empresa para a América Latina, observa que "apesar da diminuição nos bloqueios gerais de programas maliciosos em plataformas móveis, os criminosos estão direcionando seus esforços no desenvolvimento de vírus bancários para celulares, pois este ainda é um mercado lucrativo".

"Com o mobile banking crescendo na casa dos dois dígitos anualmente, essa plataforma é muito atrativa aos fraudadores. Temos que avaliar nosso comportamento digital, pois é fato que os smartphones estão ganhando cada vez mais importância em nossas vidas, mas são poucas as pessoas que acreditam que precisam proteger esses dispositivos contra golpes online”, explica.

Entretanto, é possível tomar algumas medidas para se proteger desse tipo de vírus. A Kaspersky recomenda que os usuários não baixem aplicativos de fontes desconhecidas e limitem os downloads às lojas oficiais de aplicativos, como a Play Store e a App Store. Mesmo assim, é preciso ficar atento nessas lojas, já que elas podem conter os apps disfarçados com vírus.

Outra recomendação é sempre verificar as permissões dadas aos aplicativos baixados, e prestar atenção antes de autorizá-las. "Sempre se pergunte, 'esse programa precisa acessar essa informação para funcionar?', se a resposta for “não”, não autorize o acesso", aconselha a empresa. Também é válido instalar soluções de segurança confiáveis que conseguem detectar e bloquear vírus, além de sempre deixar o sistema operacional do dispositivo atualizado, garantindo que o dispositivo esteja mais protegido.

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