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Usuário do Ethereum gasta R$3 milhões em taxa por transação não completada

Ao usar ferramenta para acelerar confirmação da transferência, taxas ficaram altíssimas; objetivo era participar de venda inicial de tokens que esgotou em seis segundos

Usuário tentava participar de oferta inicial de tokens e optou por pagar mais pela transação, mas não adiantou: ficou sem os ativos e pagou taxa milionária (Yuriko Nakao/Getty Images)
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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 13 de outubro de 2021 às 17h05.

Menos de um mês depois de uma transação na ferramenta DeversiFi, da corretora Bitfinex, provocar a cobrança da maior taxa de transação da história da rede Ethereum, mais um investidor pagou caro por seu erro ao tentar transferir criptomoedas no blockchain.

Desta vez, o investidor gastou 424 mil dólares (2,35 milhões de reais) em taxa, o que é pouco quando comparado aos quase 24 milhões de dólares do caso anterior. A diferença, entretanto, é que desta vez a transação falhou e sequer foi completada. E, para piorar ainda mais a situação do investidor, ele dificilmente vai conseguir reaver o dinheiro, como aconteceu com a DeversiFi.

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Segundo dados do site The Block, a taxa foi cobrada de uma pessoa que tentava participar da primeira venda dos tokens Strips, na plataforma de lançamento de projetos MISO, recém-lançada pelo protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) SushiSwap. A venda foi concorrida, e os tokens se esgotaram em seis segundos - apenas 14 endereços compraram todo o estoque de criptoativos disponibilizado para venda.

O usuário afetado pela taxa milionária tentou usar o Flashbots para obter vantagem, já que a ferramenta permite a comunicação entre usuários e mineradores da rede Ethereum e, assim, possibilita que os primeiros ofereçam pagamentos adicionais - ou uma espécie de suborno - aos mineradores a fim de obter prioridade no processamento da transação. Em uma situação como a venda inicial dos tokens, ter uma transação completada rapidamente é uma vantagem considerável.

Por alguma razão não identificada, entretanto, a transação via Flashbots foi executada como uma transação comum, enviada para a mempool (local em que todas as transações públicas aguardam validação e confirmação), onde foi executada por um minerador qualquer. Como a venda dos tokens esgotou rapidamente, a transação falhou e o remetente recebeu o valor enviado de volta. As taxas, porém, foram cobradas, somando um total de 123 ETH, equivalente a quase 425 mil dólares.

Caso o erro não tivesse acontecido e a transação tivesse sido executada via Flashbots, o valor não teria sido cobrado, porque ao detectar que a venda já estava encerrada, a operação não seria completada. Robert Miller, diretor do Flashbots, afirmou, no Twitter, que a transação foi realizada na mempool e que nunca viu algo semelhante com o uso da ferramenta.

Ainda segundo o The Block, o mesmo usuário fez uma segunda transação, também usando o Flashbots. No entanto, ao ver o custo elevado da taxa da primeira, decidiu cancelá-la. Para isso, precisou enviar uma nova transação, solicitando à rede que cancelasse a anterior - e essa operação custou outros 30 ETH, ou mais de 100 mil dólares (550 mil reais).

No fim das contas, a tentativa de garantir a compra dos tokens recém-lançados custou quase 3 milhões de reais, e nenhum criptoativo foi adquirido. Uma mostra de que, nas condições atuais da rede Ethereum, além de cuidado e atenção, também é recomendável que os usuários não tenham lá tanta pressa para concluir suas operações.

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