Pix vai impulsionar fintechs no Brasil, dizem especialistas
Em debate, especialistas falam sobre o impacto positivo do novo sistema de pagamentos do Banco Central
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 22 de outubro de 2020 às 20h55.
Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 22h04.
Em debate sobre o cenário das fintechs no Brasil, realizado nesta quinta-feira, 22, como parte do evento Future of Money , da EXAME, especialistas no assunto citaram o Pix como um sistema capaz de revolucionar este mercado.
"O Pix vai desbloquear muita coisa, não apenas para o PicPay mas para o mercado, para o ambiente de fintechs como um todo, e quem mais tem a ganhar são os usuários, são os consumidores", disse Anderson Chamon, cofundador da empresa de pagamentos.
"No PicPay, a gente vê o Pix com muito bons olhos. Ele vai permitir uma inclusão gigantesca do mercado. Hoje, arredondando, metade da população brasileira não tem acesso a serviços financeiros básicos e ainda está muito conectada ao dinheiro de papel. O Pix vai permitir a inclusão de boa parte dessas pessoas e, na minha opinião, serviços financeiros básicos são serviços essenciais", completou.
André Maciel, sócio do SoftBank, concorda com o impacto positivo do Pix para o mercado, mas cita também o ganho que o novo sistema vai gerar para o governo:
"O Pix vai mudar o mercado, até porque tem muito incentivo do Banco Central do Brasil. Na Índia, o banco central local chegou a retirar de circulação parte das notas, e a digitalização que acontece com isso é benéfica para o sistema financeiro como um todo, e é benéfica também para o governo, que não é bobo e sabe que a digitalização aumenta muito a arrecadação de impostos", comentou.
Outro convidado do debate, Fred Pompeu, sócio do BTG Pactual e responsável pelo boostLAB, citou também o Open banking como inovação capaz de melhorar o ecossistema das fintechs no Brasil:
"O Open banking vai permitir um acesso a dados que será revolucionário para as fintechs. Os grandes bancos têm, hoje, uma espécie de monopólio de dados, justamente por causa dessa concentração muito grande de consumidores. A partir do momento que você tem acesso a dados que antes ficavam concentrados em um número reduzido de players, você consegue expandir e deixar o mercado ainda mais competitivo do que já é hoje".
Open banking e Pix, aliás, serão tema de outro debate ao vivo como parte do Future of Money. A conversa será na próxima quinta-feira, 29, às 18h —para saber mais sobre a série de debates e palestras do Future of Money, cuja inscrição é gratuita, clique aqui.
Assista à íntegra do debate sobre fintechs, conduzido por Bruno Diniz, diretor para a América do Sul da FData e sócio-gerente da Spiralem, no player abaixo: