defi decentralized finance (Imaginima/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 19 de setembro de 2023 às 09h37.
Obras de arte indígena da comunidade Yawanowá foram transformadas em ativos digitais por meio dos tokens não fungíveis (NFTs) e já arrecadaram mais de US$ 3 milhões em exposição no clube Annabel’s de Londres.
A coleção já representa uma das vendas de maior valor em NFTs este ano. Os tokens não fungíveis, que fizeram sucesso em 2021 e 2022, enfrentam uma baixa no interesse por parte de investidores.
No entanto, não é o caso da coleção “Ventos de Yawanowá”. Criada em parceria entre a comunidade Yawanowá, que fica em sua maioria no estado do Acre, e o artista brasileiro Refik Anadol, a coleção busca arrecadar dinheiro para a proteção das terras, identidade e patrimônio cultural dos Yawanowá.
Para Refik Anadol, essa colaboração é seu "projeto mais significativo e com propósito do ano". A obra de arte aproveita dados meteorológicos em tempo real da comunidade Yawanawá de Aldeia Sagrada.
A série de obras de arte consiste em três esculturas e mil NFTs. Ventos de Yawanowá é baseada nas pinturas tradicionais dos jovens artistas Yawanawá Nawashahu e Mukashahu e mesclada com dados meteorológicos que incluem velocidade do vento, rajadas, direção e temperatura. Segundo um comunicado, os dados determinam o movimento da obra de arte, criando um impressionante jogo de formas e cores tradicionais.
O projeto conta com o apoio da The Caring Family Foundation e faz parte do programa Annabel’s for the Amazon. A parceria com instituições, empresas e artistas pode ajudar a fortalecer as comunidades indígenas, de acordo com Nixiwaka Yawanowá.
“A parceria também nos mostra que não estamos sozinhos e que temos aliados em todo o mundo. Esse projeto pode servir como modelo para a colaboração e o estabelecimento de relações entre os povos indígenas e grandes empresas e artistas influentes", disse.
O valor já arrecadado, que corresponde a R$ 14,5 milhões na cotação atual, será transferido para a comunidade Yawanowá por meio da tecnologia blockchain. O comunicado afirma que os chefes da comunidade Yawanowá, Biraci Nixiwaka Brasil, Putanny Yawanawá e Isku Kua Biraci Brasil Júnior vão utilizar o dinheiro para apoiar o bem-estar e a proteção de longo prazo dos territórios Yawanawá, preservar o patrimônio cultural e beneficiar os povos indígenas da Amazônia.
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