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Número de carteiras de bitcoin no prejuízo atinge maior valor desde 2020

Carteiras de bitcoin no lucro são maioria, mas endereços no prejuízo atingem a maior proporção em quase dois anos

Proporção de carteiras de bitcoin no prejuízo aumentou muito com a queda no preço da criptomoeda (Bloomberg/Getty Images)

Proporção de carteiras de bitcoin no prejuízo aumentou muito com a queda no preço da criptomoeda (Bloomberg/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 28 de janeiro de 2022 às 16h28.

A queda no preço do bitcoin desde o final de 2021, que foi intensificada neste início de 2022, aumentou consideravelmente a proporção de investidores que acumulam prejuízo com a criptomoeda. Segundo dados da Glassnode, 35% das carteiras de bitcoin estão no prejuízo. É a maior proporção de endereços no vermelho desde abril de 2020.

A Glassnode é uma empresa de monitoramento de blockchain, que divulga dados e estatísticas relacionadas às transações nos principais blockchains do mundo, como Bitcoin, Ethereum e muitas outras. De acordo com a plataforma, a proporção de endereços que compraram bitcoin por um preço médio superior ao atual é o maior dos últimos 21 meses.

Apesar da métrica negativa, muito mais da metade das carteiras ainda está com lucro. Ao todo, 65% delas têm bitcoins adquiridos a um preço médio inferior à cotação atual da criptomoeda. Além disso, a definição do status das carteiras como "no lucro" ou "no prejuízo" se refere ao valor atual do investimento, sendo, portanto, um lucro ou prejuízo virtual, não realizado, que só se torna lucro ou prejuízo real se o investidor liquidar a sua posição.

É a mesma situação do investimento em bitcoin pelo governo de El Salvador, que comprou 1.801 bitcoins por mais de 88 milhões de dólares e que atualmente valem 24% menos, ou cerca de 66 milhões de dólares. Exceto no caso dos ativos serem vendidos, o "prejuízo" com a criptomoeda é virtual, e pode aumentar caso o preço continue caindo ou pode diminuir e se transformar em lucro se os preços subirem.

Apesar de ter atingido a menor proporção de carteiras no lucro desde abril de 2020, em vários outros momentos da história do bitcoin a situação foi pior.

Em março de 2020, no crash da pandemia, as carteiras com prejuízo chegaram a 60%. Um ano antes, em fevereiro de 2019, 57% das carteiras de bitcoin estavam nessa situação. O valor mais alto, entretanto, é do final de 2011, quando 85% das carteiras tinham prejuízo e apenas 15% dos investidores possuíam bitcoin adquirido por valor inferior à cotação da época.

Em todas essas situações, que coincidem com as grandes correções de preço da criptomoeda, o bitcoin se recuperou e atingiu novas máximas tempos depois - e, claro, quando um ativo atinge novo recorde de preço, isso significa que 100% dos investidores estão no lucro.

No momento, o bitcoin é negociado a 36.500 dólares, com queda acumulada de 23,5% em 2022. O valor atual é 47% menor do que a máxima histórica do ativo, de 69.000 dólares, registrada em novembro de 2021.

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