Brian Armstrong é CEO da Coinbase (Bloomberg/Getty Images)
No futuro, todas as empresas estarão conectadas ao blockchain e as criptomoedas de alguma forma. É no que acredita o CEO da Coinbase, segunda maior corretora de criptomoedas do mundo por valor de mercado.
Durante uma entrevista à CNBC, Brian Armstrong afirmou que as empresas, mesmo que não atuem diretamente no setor, precisarão envolver partes da tecnologia blockchain e das criptomoedas em seus negócios, assim como fazem com a internet atualmente.
Na ocasião, o CEO da gigante das criptomoedas foi perguntado se as Big Techs desempenhariam um papel no futuro do ecossistema de criptomoedas, e respondeu:
“Espero que sim, quero dizer, queremos que todas as empresas do mundo se integrem às criptomoedas”.
“É como dizer que queremos que todas as empresas tenham uma presença na internet ou usem a internet de alguma forma. Mesmo que não sejam uma empresa de internet, terão uma página ou talvez consigam novos clientes através da internet ou aceitar pagamentos. E assim, cripto é da mesma maneira, eu acho, as Big Techs terão um papel a desempenhar”, acrescentou Armstrong.
Apesar de ser uma tecnologia nova, o blockchain e as criptomoedas são cada vez mais adotados por empresas em todo o mundo. É o caso da Google, Meta (ex-Facebook), Samsung e grandes bancos como JPMorgan, Itaú e BTG Pactual. Além das criptomoedas, estas empresas realizam investimentos no setor e exploram outras faces da tecnologia blockchain, como a tokenização, NFTs e o metaverso.
Brian Armstrong acredita que tal movimento continuará acontecendo, e que as mais diversas áreas do blockchain se tornarão onipresentes. O executivo mencionou os NFTs e a Web 3 como exemplo, mas fez ressalvas quando à maturidade da tecnologia, que ainda vai precisar evoluir de forma constante para garantir uma posição de maior destaque no mercado e conquistar a maioria das empresas.
De acordo com Armstrong, o mundo estaria passando pela fase em que chamou de “Web 2.5”, ou seja, uma transição entre a Web 3, nova fase da internet onde o blockchain e as criptomoedas seriam integrados à navegação usual, e a Web 2, fase atual, dominada pelas Big Techs. O executivo pontuou que, por conta dessa fase de transição, é mais fácil pra críticos apontarem uma “centralização exagerada”, entre outras questões.
Para o CEO da Coinbase, isso seria apenas mais uma oportunidade para aqueles que querem estar à frente do resto mundo ao investir na tecnologia desde agora.“Vejo isso apenas como uma oportunidade de continuar avançando nessa direção em direção à Web3”, disse. A Web 3 também é caracterizada por um forte conceito de descentralização, onde pretende remover o monopólio de dados das mãos de empresas como Google e Facebook.
Quanto ao futuro de sua empresa, que já possui valor de mercado em US$ 1,8 bilhão, Armstrong demonstrou intenções de colaborar para um mercado regulamentado e confiável. Recentemente, a Coinbase mudou seu modelo de negócios, passando de um modelo de taxa de negociação para um modelo de assinatura de taxa de negociação zero.
A lógica por trás da medida pretende tornar a empresa mais resiliente aos choques do mercado e fazer com que sua receita se torne mais previsível a longo prazo.
“Queremos ser o produto mais compatível, mais regulamentado e mais confiável do mercado”, disse ele. “Essa tem sido nossa estratégia nos últimos 10 anos e, portanto, se houver reguladores que tenham um desafio com o que estamos fazendo, você sabe que teremos um diálogo com eles. A menos que discordemos fortemente disso, acho que 90% das vezes vamos basicamente seguir as orientações.”
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok