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NFTickets: passagens aéreas em NFT vão permitir revenda e troca de nome do passageiro

Passagens aéreas vão virar NFTs em lançamento com companhia aérea na Argentina; serviço pode chegar ao Brasil em outubro e vai permitir revenda de bilhetes

Passagens aéreas poderão ser transferidas entre passageiros (Creatas/Thinkstock/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2022 às 15h28.

Última atualização em 23 de setembro de 2022 às 17h08.

Para além dos colecionáveis e obras de arte, os NFTs podem facilitar a emissão e possibilitar a revenda de passagens aéreas para destinos em todo o mundo. Deve chegar em breve ao Brasil um novo tipo de passagem aérea, que usa a tecnologia blockchain para permitir a troca de nome do passageiro mesmo após a compra, possibilitando a revenda e abrindo espaço para uma nova fonte de faturamento nas companhias aéreas.

Chamados de “NFTickets”, os bilhetes aéreos em NFT foram lançados nesta sexta-feira, 23. O projeto é fruto de uma parceria entre a companhia de baixo custo argentina Flybondi e a empresa TravelX. Ainda não disponível no Brasil, o serviço pode chegar ao país ainda em 2022.

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A TravelX foi fundada pelo argentino Juan Pablo Lafosse, que vendeu a empresa de viagens Almundo para a CVC em 2019 por US$ 75 milhões. Em novembro de 2021, a TravelX recebeu um aporte de US$ 10 milhões com a participação de Golden Tree e Borderless Capital, além da Algorand e do investidor Barney Harford, ex-COO da Uber.

-(Mynt/Divulgação)

Atualmente, a transferência de passagens aéreas não é oferecida pelas companhias. Isso quer dizer que, se você comprar um bilhete e, posteriormente, queira transferi-la para que outra pessoa viaje no seu lugar, isso não será possível.

Apenas agências de viagem conseguem realizar a compra de bilhetes sem o nome do passageiro, o que facilitaria em caso de troca de titularidade. Foi inspirado nisso que a TravelX criou o modelo de passagens em NFT.

Segundo a empresa, com os NFTs de passagens sem nome de passageiro, é possível criar versões totalmente digitais do serviço e disponibilizá-los para pessoas físicas. A intenção é estabelecer parcerias com companhias dispostas a liberar a tokenização de suas passagens.

“É uma solução para facilitar a distribuição de bilhetes aéreos. Conectamos com os sistemas das companhias, acessamos o inventário, criamos um token que pode ser transferido a qualquer pessoa do mundo, a qualquer momento”, afirmou Francisco Vigo, diretor comercial da TravelX, ao InfoMoney.

Por isso, ainda que o NFT seja transferido pelo comprador para uma outra pessoa, esta poderá utilizar o token para emitir o cartão de embarque em seu nome, segundo o executivo. Atualmente, isso não é possível pois o cartão de embarque já é emitido no nome do primeiro comprador, que para embarcar, precisa apresentar documentação condizente com os dados do bilhete.

Segundo Vigo, tudo é possibilitado graças ao caráter de exclusividade e autenticidade dos NFTs. “O NFT é único e representa um assento comprado em um determinado voo. Uma vez que alguém compra um NFTicket, é como se já tivesse um bilhete convencional — já tem um lugar no voo e um preço”, explicou.

Por enquanto, o serviço lançado nesta sexta-feira, 23, estará disponível apenas para clientes da Flybondi na Argentina. Para comprar os NFTickets é necessário conectar uma carteira digital da Binance Pay na plataforma Travel.xyz.

No entanto, a empresa informou ao InfoMoney que em breve o serviço poderá ser estendido para outros meios de pagamento e carteiras digitais, além de outros países. Segundo a TravelX, já existem tratativas com duas companhias aéreas brasileiras para trazer os NFTickets para o país até outubro deste ano.

Pelo fato do projeto utilizar o blockchain Algorand, a comercialização dos NFTs não precisa necessariamente ocorrer em um marketplace, mas também combinado entre vendedor e comprador.

A tecnologia dos contratos inteligentes também vai ter papel importante para o funcionamento dos NFTickets. Se o bilhete digital for vendido por um preço mais alto, um percentual é automaticamente repassado para a companhia que emitiu a passagem, segundo regras pré-estabelecidas em contratos inteligentes.

Em um exemplo compartilhado pela TravelX com o InfoMoney, a comissão pela revenda de uma passagem fica na casa dos 11%.

“De alguma maneira a companhia aérea descentraliza o controle de distribuição, e sempre tem visibilidade de geração de faturamento”, apontou o diretor da empresa.

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