Bitcoin opera em queda de 4% (Francesco Carta fotografo/Getty Images)
Movimentando mais de US$ 101 milhões nas últimas 24 horas, o mercado de criptomoedas inicia a segunda-feira, 25, em queda após uma tentativa falha de se recuperar na última semana. Sua capitalização cai 2,7%, de acordo com dados do CoinGecko, enquanto a principal criptomoeda, o bitcoin, perde 4% e é cotado em US$ 21.819.
Apesar de nunca ter sido a preferida de Elon Musk – posto ocupado pela polêmica dogecoin, o bitcoin compunha parte das reservas da Tesla que, até a última semana, ficava atrás apenas da Microstrategy entre as empresas de capital aberto que mais investiam na criptomoeda.
A venda de 75% de seu patrimônio em bitcoin pela Tesla agiu como um terremoto inesperado no mercado cripto, que já sofre desde o início de 2022 com impactos geopolíticos e macroeconômicos de alta magnitude.
Fatores como o estouro da guerra entre Rússia e Ucrânia e os aumentos da taxa de juros norte-americana estão entre os responsáveis pela queda de mais de 70% no preço das principais criptomoedas.
De acordo com especialistas do setor, o patamar em que o bitcoin se encontra pode ser determinante para o movimento de preço da maior criptomoeda do mundo. Lucas Costa, analista técnico do BTG Pactual e pós-graduado em tecnologia blockchain, fez algumas observações:
“O bitcoin fez uma tentativa de movimento de alta na semana passada e fechou com 8,60% de alta. O final de semana entrega boa parte dos ganhos, mas a retomada dos mercados globais pode mostrar a validade da correção. O S&P 500 subiu 2,59%, enquanto o Nasdaq subiu 3,50%, mostrando um apetite maior aos ativos de risco.
O gráfico diário ainda mostra tendência de baixa no médio prazo, mas tentativa de reversão no curto prazo. O preço faz teste da média móvel de 50 e 21 dias, mostrando um momento decisivo para definição de tendência. A resistência em US$22.000 foi rompida e se tornou o principal suporte (troca de polaridade). O rompimento da região para baixo sugere um mercado lateral por mais tempo, frustrando nossa perspectiva de recuperação.
O estudo do price action no detalhe permite observar algumas regiões críticas para o principal criptoativo. O movimento destacado no gráfico em A mostra a formação de um fundo duplo, com interesse comprador na região dos US$18.865 (suporte importante em correções profundas).
O evento A reforça a ideia de um rompimento da lateralidade para cima. A barra B é responsável por confirmar o rompimento da lateralidade e provoca forte deslocamento de preço com volume. A correção atual tem alvo no teste da mínima dessa barra, uma vez que é esperado alguma defesa compradora e desistência de vendedores.”
Enquanto isso, o ether, nativo da rede Ethereum, é cotado em US$ 1.513, apresentando queda de 5,9% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinGecko. A segunda maior criptomoeda do mundo também movimentou o mercado na última semana, a partir das expectativas de uma importante atualização em seu blockchain.
Apesar de iniciar a segunda-feira, 25, em queda, no cenário semanal segue em alta de 12,7%. De acordo com Lucas Costa, novas altas são possíveis:
“O ether possui lateralidade nos últimos dias, mas continuamos acreditando em mais altas. O segundo maior criptoativo rompeu a sua média móvel de 21 e 50 períodos, sinalizando uma tentativa de transição da tendência de curto prazo de baixa para alta. Destacamos que o rompimento da lateralidade recente em US$1.650 pode provocar uma aceleração de preço até as retrações de Fibonacci do movimento anterior em US$2.095 (61,8%) e 2.570 (76,4%).“
No cenário negativo, se destacam por suas quedas as criptomoedas AXS, AVAX, ADA e MATIC, que perdem 9,35%, 8,3%, 6,6% e 6,7%, respectivamente, de acordo com dados do CoinGecko.
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