Estudo levantou dados em blockchain para analisar comportamento e tendências do mercado após quebra da corretora cripto FTX (TERADAT SANTIVIVUT/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 16 de novembro de 2022 às 10h00.
Última atualização em 16 de novembro de 2022 às 10h09.
O BlockTrends Research, braço de pesquisa da empresa de tendências e insights da indústria de blockchain BlockTrends, divulgou nesta quarta-feira, 16, a nova edição do seu relatório de análise on-chain do bitcoin, que tem como objetivo observar o mercado de criptomoedas e que traz dados relevantes do setor após o colapso da corretora cripto FTX.
De acordo com o estudo, baseado na análise de dados do blockchain, após a falência da então seguinda maior corretora cripto do mundo, o volume de negociação do bitcoin nos dias seguintes ao colapso da FTX atingiu valor maior do que no crash vivido pelo mercado no início da pandemia, em março de 2020.
O documento também aponta uma série de outras similaridades entre as repercussões causadas pela quebra da FTX e pelo crash da pandemia. Na época, o bitcoin caiu de US$ 10.200 para pouco mais de US$ 5.030, segundo dados do CoinGecko. Desta vez, a queda não foi tão acentuada, de cerca de US$ 20.500 para US$ 15.500, mas levou o bitcoin ao seu menor preço em dois anos.
A análise do BlockTrends, que na edição 2021 conseguiu prever uma alta de 72,4% no preço do bitcoin nos três meses seguintes à sua publicação, também afirma que os dados on-chain do maior blockchain do mundo sugerem uma queda de preços passageira no mercado cripto.
"A taxa de financiamento negativa caiu a níveis equiparáveis à queda de 2020, o que pode apontar para a compreensão de que períodos assim não duram por muito tempo no ecossistema - como foi visto na rápida recuperação do ativo durante a pandemia", diz o texto de divulgação do estudo. No crash de 2020, a queda durou menos de seis meses e, em agosto, o preço do bitcoin já era superior ao pré-pandemia.
Além disso, o levantamento de dados do BlockTrends também diz que ao longo de 2022, observou-se aumento de endereços com saldo superior a 10 mil bitcoins, mostrando que o movimento de auto-custódia foi uma reação significativa à sequência de empresas da indústria que quebraram desde o início do ano - antes da FTX, Voyager Capital, Celsius, Three Arrows Capital e outras empresas já tinham seguido caminhos semelhantes. Recentemente, dados do blockchain já mostravam o maior fluxo de retirada de bitcoins das corretoras em todos os tempos, com os ativos enviados para carteiras pessoais.
"Este relatório não é focado somente na atividade do preço e busca, por outro lado, o que ainda não foi precificado. A análise on-chain é uma forma de captar movimentações na blockchain que ainda não são conhecidas pelos investidores. Então, através dela, podemos enxergar mais facilmente os ciclos de mercado", disse Cauê Oliveira, head de research do BlockTrends.
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