LFG compra US$ 1,5 bi em bitcoin e supera investimento da Tesla no ativo
Responsável pela criptomoeda Luna e pela stablecoin UST, a Terra Foundation se tornou a segunda maior corporação a ter bitcoins, superando a Tesla
Gabriel Marques
Publicado em 5 de maio de 2022 às 18h51.
Última atualização em 5 de maio de 2022 às 19h34.
A Luna Foundation Guard (LFG), responsável pelo protocolo blockchain Terra e suas criptomoedas Luna, a sétima maior do mundo por valor de mercado, e a stablecoin UST, anunciou nesta quinta-feira, 5, a compra de US$ 1,5 bilhão em bitcoin (BTC). Agora, a fundação tem o título de organização com a segunda maior exposição ao bitcoin, superando a Tesla e atrás somente da MicroStrategy.
O objetivo do negócio é usar essa reserva como camada adicional de suporte para o pareamento da UST e expandir a adoção da criptomoeda estável como a maior da indústria. A UST mantém seu valor pareado com o dólar através da queima de tokens Luna, de forma automática, através de um algoritmo específico no qual para cada unidade de UST gerada, US$ 1 dólar em Luna precisa ser destruído e vice-versa.
A LFG, responsável por esse ecossistema de stablecoins, está no processo de alocar US$ 10 bilhões em BTC, como uma alternativa ao seu fundo que já tem reservas menores em Luna, Avax, USDT e USDC, para casos do algoritmo não funcionar como esperado.
“Pela primeira vez, estamos vendo uma moeda pareada, que está tentando observar o padrão do bitcoin”, disse Do Kwon, cofundador e CEO do Terraform Labs. “Estamos fazendo uma aposta direcional grande de que manter várias dessas reservas estrangeiras na forma de uma moeda nativamente digital vai ser uma receita de sucesso”, completou.
“Ainda é preciso discutir a efetividade da operação, mas acho que é simbólico, no sentido de que vivemos em um tempo em que existe excesso de impressão de dinheiro, e quando políticas monetárias viram altamente politizadas, existem cidadãos que se organizam para tentar trazer os sistemas de volta para um paradigma de dinheiro mais são”, explicou Kwon à CNBC.
Por gerenciar uma stablecoin sem lastro, que na teoria deveria depender totalmente de seu algoritmo, a decisão da Terra Foundation levantou questionamentos entre investidores, que têm dúvidas sobre a pressão que isso pode fazer sobre o preço do BTC no caso de uma eventual falha no sistema algorítmico que queima Lunas.
Na série de vídeos educativos do Future of Money, os Crypto Drops, o head de research do BTG Pactual, Nicholas Sacchi, explicou tudo sobre Luna e seu funcionamento. No último ano, a criptomoeda apresentou crescimento de quase 2.000% em seu valor, se tornando uma das mais importantes do mercado.
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