Bitcoin e as principais criptomoedas caem após divulgação de dados de inflação nos EUA (Reprodução/Unsplash)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2022 às 18h02.
Última atualização em 13 de setembro de 2022 às 18h04.
A terça-feira, 13, é de queda nos mercados globais. Os dados de inflação americana (CPI) divulgados no dia de hoje vieram acima do esperado e foram responsáveis por um movimento de aversão ao risco, que derrubou os índices de ações, fortaleceu o dólar e provocou uma disparada nas expectativas de juros futuros.
O mercado esperava um alívio nos indicadores de inflação, mas o CPI surpreendeu com avanço de 0,1% m/m em agosto, sendo que a expectativa era uma deflação de -0,1% m/m. Segundo a equipe de macro e estratégia do BTG Pactual, o consenso de mercado era uma elevação de 0,30% m/m no núcleo de inflação (exclui bens voláteis como alimentos e energia) e o dado veio com 0,6% m/m no mês.
O cenário de uma inflação persistente favorece o ritmo de elevação de taxa de juros e prejudica aqueles ativos que são percebidos pelo mercado como de maior risco, que hoje em dia, ainda é o caso do bitcoin e outros criptoativos.
O resultado que vemos hoje fez com que o S&P500 (índice das 500 maiores ações da bolsa americana) trabalhasse com 4,50% de queda, enquanto o Nasdaq chegou a mais de 5% de desvalorização. O mercado americano vinha em uma recuperação recente, mas o movimento técnico de hoje frustra os compradores e leva ao teste das mínimas da semana passada, com cruzamento baixista dos indicadores.
O bitcoin tem queda de aproximadamente 9,63% no dia de hoje e o ether chegou a aproximadamente 7% de desvalorização. O gráfico diário do bitcoin tem o preço se aproximando novamente do suporte dos US$ 19.000, região que teve interesse comprador nos últimos testes em junho e na semana passada.
A tendência de médio prazo do principal criptoativo é de queda e no curto prazo temos lateralidade entre a mínima de junho de 2022 em US$ 17.578 e o topo de agosto em US$ 25.235. O preço voltou a trabalhar abaixo da média móvel de 21 e 50 períodos, sinalizando aumento da pressão vendedora após o movimento de hoje.
O nosso cenário é de indefinição na tendência de curto prazo do Bitcoin, uma vez que não temos rompimentos de fundos ou topos relevantes. O mercado possui inércia e nos ciclos de lateralidade é comum que retomadas de tendência falhem, mantendo o mercado no seu estado de equilíbrio. A nossa expectativa é de teste do fundo anterior em US$ 17.580, região determinante para melhor definição de tendência, uma vez que seu rompimento pode levar ao teste das projeções de Fibonacci em US$ 15.135. Acompanhamos também um aumento de força relativa do ether, com o par ETH/BTC subindo aproximadamente 3,10% no dia de hoje.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok