"Gosto da lucratividade", presidente do banco central da República Tcheca propõe compra de bitcoin
Aleš Michl afirmou que autarquia cogita estabelecer 5% das reservas do banco central na criptomoeda, citando vantagens do ativo
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Repórter do Future of Money
Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 16h02.
Última atualização em 29 de janeiro de 2025 às 16h06.
Aleš Michl, presidente do Banco Nacional da República Tcheca , afirmou nesta quarta-feira, 29, que a autarquia está cogitando comprar bitcoin e usar a criptomoeda como parte das suas reservas. Ao explicar a proposta, o líder do banco central destacou as vantagens do ativo, em especial suas valorizações recentes.
Segundo Michl, a proposta pode resultar na compra de bilhões em dólares na criptomoeda caso seja efetivamente implementada. As informações foram divulgadas pelo jornal Financial Times, que entrevistou o chefe da autarquia sobre a nova proposta.
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Pelo plano, o Banco Nacional da República Tcheca poderia investir até US$ 146 bilhões (R$ 861 bilhões, na cotação atual) em bitcoin como forma de compor as reservas nacionais do país no ativo. O montante seria equivalente a 5% de todas as reservas que a nação europeia possui.
Michl disse ainda que vai apresentar a proposta para a diretoria do banco central na próxima quinta-feira, 30. Se aprovada, o banco central se tornaria o primeiro do continente europeu a adotar a criptomoeda como um ativo de reserva.
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Apesar de reconhecer a volatilidade do bitcoin, ele destacou o crescente interesse de investidores institucionais e de grandes gestoras, como a BlackRock, após o lançamento de ETFs da criptomoeda. Ele também citou a proposta de Donald Trump de criar uma reserva do ativo nos Estados Unidos.
“Para a diversificação de nossos ativos, o bitcoin parece bom. Esses caras [Trump e sua equipe] agora podem criar uma espécie de bolha para o bitcoin, mas acho que a tendência seria um aumento sem eles também, porque é uma alternativa [de investimento] para mais pessoas", comentou.
O presidente do banco central também reconheceu que muitos dos outros líderes de bancos centrais possuem uma "filosofia totalmente diferente" da dele em relação ao ativo, o que o transformou em uma espécie de "pioneiro" no setor com a proposta.
"Eu costumava administrar um fundo de investimento, então sou um típico banqueiro de investimento, diria que gosto de lucratividade", explicou Michl ao justificar a proposta.
“É possível ter uma grande variedade de resultados, que o bitcoin terá um valor zero ou um valor absolutamente fantástico... mas em nossa história também tivemos algumas ações como a Enron ou a empresa de pagamentos Wirecard, então temos alguma experiência com maus investimentos, então, sim, estou pronto [para um possível colapso do bitcoin]", destacou.