Ethereum: ainda vale a pena investir?
Inflação, concorrência e outros desafios colocam em dúvida o futuro da rede. Descubra se o ativo continua sendo uma escolha sólida para a sua carteira
Especialista em criptoativos
Publicado em 27 de outubro de 2024 às 10h00.
O que aconteceu com a Ethereum? É uma das perguntas que mais me fazem hoje. Sou um entusiasta confesso do projeto e estou fortemente posicionado nele, mas o fato é que a rede enfrenta um dos momentos mais difíceis da sua trajetória. Isso tem gerado muitas dúvidas entre investidores antes totalmente convencidos do seu potencial.
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Um dos aspectos preocupantes da cena atual do ether é a sua inflação. Neste ano, desde abril, esse quadro vem se acentuando. O gráfico abaixo do Ultra Sound Money mostra o desempenho dos últimos 7 dias, em que fica claro um movimento crescente da inflação do ativo.
A inflação do ether é resultado do balanço entre a emissão de novos tokens (no alto da ilustração à direita: “Issued”) e a queima dos existentes (“Burned”). Quando a emissão supera a queima, o ether se torna inflacionário, aumentando a oferta. Agora, se a queima excede a emissão, o ativo se torna deflacionário, reduzindo a oferta.
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O desafio da deflação
Mas o que seria essa queima? A queima de tokens é o processo de retirada de tokens de circulação, destruindo uma parte das taxas de transação pagas na rede. Isso reduz a oferta total da criptomoeda, ajudando a controlar a inflação e tendendo a aumentar seu valor com o tempo.
Na ilustração acima, vemos que a diferença entre emitidos e queimados é positiva em mais de 10,5 mil ether, indicando inflação. Como falamos, porém, para ser deflacionário, a queima deveria ser maior do que a emissão.
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Vamos olhar o mesmo gráfico, mas agora contemplando os últimos dois anos.
Percebemos acima que, desde a atualização The Merge (concluída em setembro de 2022) até mais ou menos 4 de abril deste ano (como mostra o quadrado destacado à esquerda da ilustração), houve uma queda significativa na emissão em relação à queima de ether. Depois, o ativo entrou em um novo ciclo inflacionário.
Aqui cabe um parêntese: a The Merge foi uma atualização da Ethereum que substituiu o mecanismo de consenso de Proof-of-Work (Prova de Trabalho) pelo Proof-of-Stake (Prova de Participação). A mudança reduziu a emissão de ether, diminuindo consideravelmente a inflação da moeda.
Voltando à análise, vamos entender como a inflação impacta o preço do ativo. Consideremos o período entre janeiro e abril de 2024, quando houve uma queda acentuada do suprimento de ether - para depois se iniciar um novo ciclo inflacionário. Observem no gráfico a seguir do TradingView.
No comecinho de janeiro, o ether estava por volta de US$2.500. Com a deflação elevada, o preço subiu, chegando a US$3.800 em abril. A partir de então, o ativo voltou a se tornar inflacionário e notamos que o preço começou a cair. Do máximo de preço atingido em abril, o ativo chegou a cair 40% em agosto e, em relação ao momento em que escrevo, essa queda é de 30% (com o ether cotado por volta de US$ 2.500).
Relação com Bitcoin e outras redes
O bitcoin tem uma inflação controlada por conta de sua emissão limitada a 21 milhões de unidades. O ether, por outro lado, não tem um limite pré-estabelecido, mas, como vimos, adotou um mecanismo para garantir uma taxa de emissão decrescente.
Já que estamos falando de outras redes, a competição é um dos grandes desafios que a Ethereum enfrenta atualmente. Uma de suas rivais mais populares é a Solana, que, apesar dos problemas de seu passado recente, caiu nas graças do mercado e, nos últimos tempos, tem visto sua atividade crescer fortemente.
Não só a Solana - com sua velocidade de transação superior e custos menores que a Ethereum - mas também outros inúmeros projetos, principalmente as segundas camadas (L2), têm atraído a atenção dos investidores. Como resultado, o volume de transações na rede principal da Ethereum tem diminuído, impactando diretamente o mecanismo de queima de tokens. Quanto menos transações, menos ether é queimado e, consequentemente, maior a tendência inflacionária do ativo.
Por isso, quem é entusiasta da Ethereum precisa usar a rede para que mais taxas sejam queimadas e o ativo se valorize.
Em termos de capitalização de mercado, o ether soma hoje cerca de US$300 bilhões (veja no gráfico abaixo do CoinMarketCap). No ciclo de alta anterior (2020/2021), esse valor alcançou quase o dobro: US$540 bilhões. Para atingirmos novamente esta marca, o ether precisaria chegar aos US$5.000. Mas pode não ser tão simples no quadro atual. É preciso que a rede volte a ser atraente, com novos projetos e narrativas que reconquistem o interesse do investidor.
Diferentemente da Ethereum, a capitalização de mercado da rival Solana, apesar de seu histórico de travamentos, está em um movimento ascendente, próximo do topo histórico, como observamos no esquema a seguir. A capitalização de mercado atual de SOL está na casa dos US$80 bilhões. Mesmo que ainda seja quatro vezes menor que a do ether, o potencial é enorme. Tanto é que especialistas mais fervorosos já falam até em "flippening" (“ultrapassagem” em tradução livre), que seria a superação da Ethereum pela Solana, tanto em nível técnico quanto em capitalização de mercado. Será mesmo?
Contexto global e econômico
O cenário macroeconômico incerto também ajudou a pressionar o valor do ether, da mesma forma que o mercado todo sofreu. Como mostrei, a moeda está distante entre 30% e 40% de seu topo deste ano, é muito capital deixado na mesa. Por isso, acho que vai se recuperar, embora tenha um longo caminho adiante.
O ether continua sendo uma cripto sólida para se ter em carteira, mas é importante diversificar e, para isso, há muitos ativos interessantes disponíveis.
Apesar de o mercado estar mais caro do que um ano atrás, nunca tivemos uma assimetria tão positiva quanto agora, considerando o sucesso dos ETFs à vista de bitcoin, os juros caindo principalmente nos EUA e na Europa, e a proximidade da eleição presidencial americana, com candidatos que se comprometeram a incentivar o setor.
Eu, particularmente, estou bastante comprado em cripto e segurando minhas posições para aproveitar ao máximo a próxima pernada de alta. Todos os indicadores apontam que teremos uma virada em breve! Você está preparado?
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