ETFs de bitcoin perdem investimentos por 4 dias seguidos e analistas culpam empresas falidas
Fundos negociados em bolsa de preço à vista da criptomoeda perderam US$ 834 milhões em investimentos, prejudicando o ativo
Repórter do Future of Money
Publicado em 22 de março de 2024 às 18h11.
Última atualização em 22 de março de 2024 às 18h37.
Os fundos negociados em bolsa ( ETFs , na sigla em inglês) de bitcoin acumularam nesta semana quatro dias consecutivos de perdas de investimentos. No período, o saldo de aportes e saques nos produtos foi negativo, em US$ 834 milhões (mais de R$ 4 bilhões, na cotação atual), segundo dados do BitMEX Research.
O desempenho negativo nesta semana divergiu do observado nas primeiras semanas de março, quando os fundos tiveram mais aportes do que saques e apoiaram uma disparada no preço do bitcoin com saldos bilionários de investimentos. Entretanto, houve agora uma reversão no movimento.
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Assim como em outros momentos, o saldo negativo dos ETFs foi criado pela saída de investidores do fundo da Grayscale. Apesar de ainda ser o maior do segmento, ele tem perdido investimentos depois de ter recebido a autorização da SEC para ser convertido em um ETF.
Com a mudança, ocorreu o fim da disparidade entre o preço do bitcoin no fundo e o preço efetivo da criptomoeda no mercado, o que estimula a saída de investidores mais antigos e a realização de lucros. As saídas tinham perdido fôlego em março, mas voltaram a crescer.
Ao mesmo tempo, os outros ETFs da criptomoeda receberam menos investimentos, não conseguindo compensar as saídas no fundo da Grayscale. Para analistas, as principais responsáveis pelo novo movimento de perdas no ETF são as empresas falidas do mercado de criptomoedas que detêm participações no fundo.
Uma delas é a FTX, que chegou a vender uma fatia bilionária de participação no ETF da Grayscale entre janeiro e fevereiro. Já em março, o analista de ETFs da Bloomberg Eric Balchunas acredita que a grande responsável pelas vendas é a empresa falida de empréstimos com criptomoedas Genesis .
"Quanto mais penso nisso, mais provável é que o aumento dos fluxos esteja relacionado com as falências, devido à dimensão e à consistência. Os fluxos de fevereiro mostraram como são as saídas do varejo, menores e com padrão aleatório", ressaltou o especialista em ETFs.
Por outro lado, Balchunas acredita que o movimento deverá durar pouco: "O pior provavelmente está perto de acabar. Quando isso acontecer, restará apenas os investidores de varejo e os fluxos deverão se parecer mais com os de fevereiro".
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