Depois de US$ 42 milhões roubados, FBI ensina como não cair em golpes envolvendo criptomoedas
Apesar de representarem um investimento legítimo, uma série de criminosos se aproveita da fama das criptomoedas para aplicar golpes na internet, chamando a atenção do principal órgão de investigação dos EUA
Mariana Maria Silva
Publicado em 22 de julho de 2022 às 14h55.
Desde o lançamento do bitcoin em 2009, as criptomoedas percorreram um longo caminho, se tornando uma nova classe de ativos. Sua valorização chamou a atenção de investidores em todo o mundo e é difícil pensar que criminosos e hackers ficariam de fora disso.
De acordo com um novo comunicado do FBI, em menos de um ano 244 investidores foram enganados por golpistas, perdendo cerca de US$ 42,7 milhões em criptomoedas. Dados que abrangem um período maior se demonstram ainda mais preocupantes: mais de 46 mil pessoas perderam aproximadamente US$ 1 bilhão em golpes envolvendo criptomoedas do início de 2021 até agora, segundo o Consumer Protection Data Spotlight da Federal Trade Commission.
O motivo para a onda de golpes seria o crescente interesse da população na modalidade de investimento, segundo o FBI. Os criminosos têm preferência por um tema que está em alta no momento, para chamar a atenção e ludibriar suas vítimas.
O crime funcionaria da seguinte forma: golpistas entram em contato com investidores oferecendo serviços de investimento em criptomoedas fraudulentos e os persuadindo a baixar aplicativos falsos. Estes aplicativos geralmente usam o nome e o logotipo de empresas americanas legítimas. Sites falsos com essas informações também são criados para enganar os investidores.
Uma vez que as criptomoedas são transferidas para a plataforma falsa, a vítima nunca mais consegue sacá-las e o dinheiro é perdido para os criminosos.
Como evitar cair em golpes e proteger suas criptomoedas
O comunicado do FBI destaca algumas dicas para proteger seu patrimônio em criptomoedas de forma segura. Segundo o órgão de investigação, é necessário sempre desconfiar de desconhecidos na internet e sempre se certificar de que o aplicativo ou site que está conectando sua carteira digital é legítimo:
• “ Desconfie de pedidos não solicitados para se conectar ou baixar aplicativos de investimento, especialmente se você não conhece ou nunca conheceu a pessoa que o convidou. Verifique a identidade de um indivíduo antes de entregar suas informações pessoais a ele”.
• “ Certifique-se de que um aplicativo é legítimo antes de baixá-lo também e confirme se a empresa por trás do aplicativo realmente existe e oferece serviços de criptomoedas. E trate os aplicativos que apresentam problemas ou funcionalidades limitadas com ceticismo”.
O órgão se também se disponibilizou para ajudar a capturar criminosos do gênero, pedindo para que vítimas dos Estados Unidos entrem em contato através do Internet Crime Complaint Center.
O fato de ainda não terem uma regulação específica na maioria dos países seria mais um atrativo para os criminosos, segundo o FBI. Atualmente, não existe um banco ou autoridade central que sinalize transações suspeitas com criptomoedas.
No entanto, a discussão sobre o assunto evolui rapidamente no Brasil a partir de projetos de lei que circulam na Câmara dos Deputados. Na última quarta-feira, 20, os deputados Arthur Lira e Ricardo Barros, líderes da casa, definiram a pauta como “prioridade”.
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