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DeFi, regulação, 'The Merge': as surpresas positivas no mundo cripto em 2022

Mercado brasileiro teve expansão mesmo com o "inverno cripto", e país saiu na frente ao aprovar uma lei que regulamenta o setor

Apesar de desafios e reveses, setor de criptoavitos teve surpresas positivas em 2022 (iStockphoto/iStockphoto)

Apesar de desafios e reveses, setor de criptoavitos teve surpresas positivas em 2022 (iStockphoto/iStockphoto)

Apesar de 2022 ter sido um ano difícil para o mundo dos criptoativos, o setor também teve algumas surpresas positivas. Do avanço da regulamentação, vista por muitos como uma forma de aproximar o mercado da população, à atualização bem-sucedida de uma das maiores redes blockchain do mundo, houve o que comemorar neste ano.

Além disso, diversos países viram uma expansão no número de investidores mesmo com o chamado "inverno cripto", termo que define um mercado de baixa na cotação de ativos e de investimentos. Foi o caso do Brasil, que seguiu registrando crescimento na adesão ao mundo cripto.

A pedido da EXAME, representantes de alguns dos principais nomes do mercado de criptoativos brasileiro apontaram o que viram de positivo em 2022. Confira!

(Mynt)

Regulação

A Binance, maior corretora cripto do mundo, observou que "reguladores de todo o mundo têm elevado o escrutínio sobre o setor, ao mesmo tempo que alguns países emitem licenças", um movimento que tem ajudado na expansão da atuação de diversas empresas do mercado.

Um dos países que acabou saindo na frente nessa área foi o Brasil, que aprovou um projeto de lei que regulamenta o mercado de criptomoedas. Com o texto, as empresas do setor precisarão seguir uma série de regras, estabelecidas com o objetivo de aumentar a proteção aos consumidores.

Ao mesmo tempo, ficou definido que um órgão regulador poderá fiscalizar o mercado de criptoativos, uma função que deverá ser dividida pelo Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As regras devem entrar em vigor entre 2023 e 2024 e foram elogiados pelo mercado, apesar das críticas de ter deixado alguns pontos de lado, como a segregação patrimonial.

"A Binance acredita que a regulação é o único caminho para que a indústria cripto e de blockchain se desenvolva e atinja o grande público, permitindo que a sociedade se beneficie desta tecnologia, e por isso vem trabalhado em constante parceria com reguladores e legisladores para contribuir com esse processo", diz a empresa.

Cripto como serviço

Fundador da corretora de criptoativos brasileira Foxbit, João Canhada aponta como um aspecto positivo para o setor a expansão do chamado "crypto as a service", modalidade em que a tecnologia ligada ao mercado é utilizada para oferecer serviços para a população.

Ele destaca que esse segmento começou em 2021 no Brasil, a partir de iniciativas da startup 99, e foi ganhando mais adeptos ao longo de 2022. É o caso do Nubank, Mercado Livre e Picpay.

Para ele, os anúncios foram "um grande avanço na direção de democratizar o acesso a cripto ao público do Brasil, permitindo que milhões de brasileiros tenham acesso às compras e vendas de criptomoedas".

Resiliência brasileira

Já Thales Freitas, CEO da exchange Bitso no Brasil, destaca a resiliência do mercado de criptoativos brasileiro mesmo em um período ruim para o mercado, que enfrentou tanto condições macroeconômicas desafiadores quanto problemas internos, incluindo a falência de grandes empresas.

"O Brasil se destacou e demonstrou um aumento significativo no uso de criptomoedas, tanto pelas pessoas que bateram o recorde de negociação com criptoativos, quanto pelas empresas, o que têm sido uma surpresa positiva relevante", destaca.

A corretora também tem observado a tendência de adesão maior por empresas: "o número de contas de empresas que usam os serviços da Bitso cresceu 73% no último ano e hoje temos mais de 1.500 clientes institucionais na América Latina. São instituições que estão aproveitando o potencial de cripto para beneficiar seus negócios, por meio de opções de pagamentos mais rápidos, baratos e seguros".

Finanças descentralizadas

João Marco Cunha, gestor da Hashdex, destaca que, mesmo em um cenário "péssimo" para os criptoativos, foi possível enxergar algumas surpresas positivas. Uma delas foi o "bom funcionamento" das principais plataformas de Finanças Descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês).

Ele observa que "as condições que se apresentaram ao longo do ano foram um verdadeiro teste de estresse, e os protocolos foram capazes de realizar grandes execuções de garantias e liquidações de operações sem maiores problemas. Esse segmento sai fortalecido".

Atualização da Ethereum

Para Fabricio Tota, diretor de novos negócios do Mercado Bitcoin, um evento positivo para os criptoativos em 2022 foi o "The Merge", a maior atualização até o momento na Ethereum, um dos maiores blockchains do mundo. Ocorrida em setembro, ela marcou a mudança do mecanismo de consenso da rede, que passou da prova de trabalho (proof-of-work) para a prova de participação (proof-of-stake).

Ele lembra que a atualização "estava programada, depois foi adiada, e muito se falava de quais seriam os blockchains que seriam as Ethereum killers devido à morosidade da rede evoluir", citando projetos que eram especulados como possíveis substitutos do blockchain.

Mesmo assim, os responsáveis pela rede conseguiram "entregar uma solução super complexa e que mostra, mais que a entrega técnica, a capacidade de mobilização, e que existe uma comunidade que vive em torno da Ethereum". Tota ressalta ainda a realização da atualização em meio a um mercado de baixa no setor de criptoativos.

Por isso, a atualização "me deixa esperançoso para as próximas mudanças que devem vir, dentro do roadmap que deve ser cumprido nos próximos meses e anos".

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