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Criptomoedas: mantê-las em segurança sozinho não é para todo mundo

Carteira digital ou corretora? Onde guardar suas criptomoedas é uma escolha importante e pode representar desafios ao investidor iniciante. Descubra se guardar criptos em corretoras é seguro e como escolher a sua

Custódia própria de criptoativos pode ser complicada (salarko/Getty Images)

Custódia própria de criptoativos pode ser complicada (salarko/Getty Images)

LR
Lucas Rangel

Especialista de produtos de ativos digitais no BTG Pactual

Publicado em 30 de dezembro de 2022 às 09h00.

Última atualização em 5 de dezembro de 2023 às 18h36.

Cuidar da posse e da segurança dos seus criptoativos sozinho, ou seja, realizar a auto custódia, é o ato de possuir e controlar suas chaves privadas, em vez de confiá-los a um custodiante terceirizado, como uma corretora. Embora a ideia seja maravilhosa e ideal para alguns casos de uso, a realidade é que muitas pessoas simplesmente não estão preparadas para lidar com a complexidade e os riscos que a acompanham.

Um dos principais desafios da custódia própria é o conhecimento necessário para proteger e gerenciar adequadamente os seus ativos digitais. Isso inclui entender como armazenar e proteger chaves privadas, bem como estar ciente das várias ameaças de segurança que podem comprometer essas chaves. Além disso, há a questão de chaves perdidas ou roubadas, que podem resultar na perda permanente dos criptoativos.

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Eu mesmo perdi todos os meus ativos de uma carteira cripto quando comecei explorar o mercado em 2017, pois não sabia fazer a gestão correta das chaves.

Mas aí você me pergunta, como podemos confiar nas empresas depois de casos como o da FTX?

O principal ponto está na regulação. Essas empresas cresceram de forma muito rápida e se tornaram gigantes da indústria, passando a imagem de lugares seguros e de confiança para seus criptoativos, mas a verdade é que muitas corretoras estrangeiras possuem sedes em paraísos fiscais e não seguem uma regulamentação ou boas práticas de mercados semelhantes, então acabam fazendo o que quiserem com os ativos e com as regras de compliance.

Apesar de alguns entusiastas de criptoativos não olharem com bons olhos para a regulação, isso é extremamente necessário. Além de abrir portas para a adoção corporativa, isso traz regras claras de compliance, gestão de ativos e boas práticas que corretoras, bancos e custodiantes devem seguir.

Tornando a opção de confiar os ativos digitais a um custodiante terceirizado viável, pois essas empresas poderão fornecer o conhecimento e os recursos necessários para gerenciar e proteger com segurança as chaves privadas, além de oferecer a conveniência e a simplicidade que muitas pessoas desejam.

No Brasil o presidente acabou de sancionar a regulamentação do mercado de criptoativos e entrará em vigor em 2023 (180 dias após a divulgação no diário oficial). Ela foca em garantir a segurança, transparência e a integridade do mercado, além de prevenir atividades ilegais, como a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo.

O que eu acredito ser o mais importante e interessante é que diferente do mercado tradicional que ou você deixa o dinheiro no banco ou embaixo do colchão, agora você tem a opção de fazer a custódia própria e realizar transações, interações com apps de DeFi e compras sem precisar de uma instituição terceira.

Caso você prefira a conveniência de uma instituição que faça a sua custódia, tome muito cuidado na hora de escolher. Vou listar aqui seis pontos que são importantes validar antes de fazer essa decisão:

1. Ela segue alguma regulação ou padrão de segurança e compliance?
2. Existe transparência do que ela faz com os tokens depositados?
3. Ela faz a custódia dos tokens ou possui uma custódia terceirizada?
4. Quanto tempo a empresa existe, qual a reputação dela?
5. As pessoas que trabalham na empresa possuem experiência e conhecimento?
6. Ela possui CNPJ no Brasil?

Com esses pontos ditos, o famoso ditado em inglês “Not your Keys, Not your Coins”, ou "se você não tem as chaves, não tem as criptomoedas" segue sendo válido, mas quanto mais pessoas entrarem no mercado e maior for a adoção em massa, mais vamos precisar de opções seguras de custódia terceirizada. Pelo menos até os novos entrantes adquirirem o conhecimento necessário para terem condições de fazer a própria custódia sem correrem os riscos de golpes, perda de chaves e coisas do tipo.

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