(MicroStrategy/Flickr)
Michael Saylor, CEO da MicroStrategy e responsável pelo pioneirismo da companhia na alocação de reservas em bitcoin como uma estratégia de tesouraria, comentou nesta terça-feira, 26, sobre o recente aumento da preocupação com os impactos ambientais da mineração do bitcoin, salientando a importância da criação do conselho de mineradores, que conta com a participação de Elon Musk.
Em um debate online sobre as questões ambientais do bitcoin e o atual momento da criptomoeda, Michael Saylor explicou um pouco mais sobre a necessidade de moldar uma narrativa mais adequada sobre o consumo energético da mineração, visando tornar o tema menos “complicado”.
“Eu acredito que tenha ficado muito claro que os bitcoiners tem uma boa história, mas é uma história bem complicada e precisamos encontrar um jeito de compartilhar essa história, educando e nos organizando”, disse Michael.
Sobre o recente comunicado de Elon Musk no Twitter, interrompendo o uso do bitcoin como forma de pagamento na plataforma da Tesla, Michael explicou que o bilionário é um grande entusiasta dos criptoativos, inclusive, do próprio bitcoin, entretanto, por conta de uma ausência de modelos que mensuram o consumo energético da mineração e quais são as fontes de energia utilizadas, Musk optou por interromper os pagamentos com o criptoativo para não reacender grandes debates sobre o uso de fontes energéticas prejudiciais ao meio ambiente para a manutenção da rede da criptomoeda.
“Elon é um grande entusiasta da tecnologia dos criptoativos e um grande entusiasta do bitcoin como uma reserva de valor para o longo prazo. Ele expressa esse sentimento de várias formas, incluindo a adoção de uma posição multi-bilionária em bitcoin. Todos nós sabemos que ele expressou sua preocupação com a questão, ele não gostaria de ver o bitcoin como catalisador da volta de combustíveis fósseis para produção energética”, comentou.
Quando questionado sobre a formação do conselho dos mineradores com a participação de Elon Musk, Saylor ressaltou a necessidade da construção de modelos que possam fornecer mais informações sobre o gasto energético da mineração, possibilitando a mensuração do consumo atual e oferecendo um detalhamento sobre quais são as fontes energéticas utilizadas, para que seja possível estabelecer uma previsão de consumo e impacto futuro. Para Michael, a construção desses modelos é primordial para que a mídia não realize inferências incorretas sobre a questão, contribuindo para a difusão de informações errôneas sobre o impacto ambiental da mineração.
“Precisamos ter certeza de que as pessoas que são hostis ao bitcoin e a à indústria de criptoativos não estão definindo essas narrativas, definindo esses modelos e, definindo essas métricas... Na ausência de qualquer boa informação ou resposta de nossa partes, eles definirão esses modelos”, ressaltou.
Em relação ao posicionamento de grandes companhias sobre o impacto ambiental da mineração, Michael salientou que neste momento, assim como acontece com os investidores institucionais, as empresas buscam entender melhor como o processo funciona e, por conta disso, fornecer informações corretas e fomentar a educação sobre o tema é primordial.
“Acredito que as companhias tem os mesmos pensamentos que qualquer investidor institucional possui, acredito que eles só querem ser educados. Educação, essa é a chave para nós, providenciar educação”, completou Michael Saylor.