Bitcoin e ether, as duas maiores criptomoedas do mundo (Yuriko Nakao/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 1 de maio de 2021 às 13h52.
O mercado de criptoativos começou o fim de semana em alta. No início da tarde deste sábado, 1, o bitcoin operava em alta, cotado a quase 58 mil dólares. mas os grandes destaques ficam pelos registros de novas máximas do ether e da binance coin (BNB), segunda e terceira maiores criptomoedas do mundo, respectivamente.
A criptomoeda da rede Ethereum, que acumula ganhos de quase 300% no ano e 28% na última semana, chegou a 2.879 dólares nesta madrugada. Já a binance coin atingiu 642 dólares. Ambas as marcas representam o maior preço da história para os dois criptoativos.
No caso do ether, a alta é explicada por uma série de razões. Em primeiro lugar, a expectativa cada vez maior sobre o lançamento do ETH 2.0, que pretende mudar a forma como as transações são validadas no blockchain, passando do formato "proof-of-work" (PoW) para "proof-of-stake" (PoS), o que pode reduzir o consumo energético da rede e diminuir a cobrança de taxas para transações na rede.
Além disso, novos produtos de investimento financeiro que investem no criptoativo foram anunciados ao longo das últimas semanas, como um "título digital" do European Investment Bank.
O aumento da utilizações de plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) também impulsiona o preço do ether, já que a maioria delas utiliza a rede Ethereum para oferecer os seus produtos e serviços, como empréstimos, poupança, negociações, entre outros, todos sem intermediários. No final de abril, o valor de mercado dos projetos de DeFi chegou a 100 bilhões de dólares pela primeira vez.
O crescimento do mercado de derivativos de ether também favorece o aumento no preço do criptoativo. Em abril, o número de posições em aberto de contratos futuros de ether atingiu um recorde próximo a 4,3 bilhões de dólares. Esse tipo de negociação é feita não apenas nas corretoras de criptoativos, mas também em plataformas do mercado financeiro "tradicional", como a Bolsa de Chicago (CME).
Já no caso da binance coin, a alta de justifica pelo crescimento do uso da Binance Smart Chain (BSC), blockchain criada pela Binance, a maior corretora de criptoativos do mundo por volume de negociação, com o objetivo de desenvolver uma rede concorrente ao Ethereum e que, supostamente, é mais rápida e barata.
A rede também é utilizada por diversas plataformas de DeFi e outras aplicações descentralizadas e ainda serve como uma forma de investir indiretamente na exchange, já que o seu crescimento é, também, uma das formas de aumentar a utilização da rede BSC e de sua criptomoeda nativa. Notícias como a do lançamento de uma plataforma de NFTs pela Binance favorecem aumento do interesse neste sentido.
Apesar de ser a maior criptomoeda do mundo, com ampla vantagem sobre a segunda e a terceira colocadas, o desempenho do bitcoin fica muito abaixo de ether e binance coin em 2021. Enquanto o BTC valorizou cerca de 95% no ano, o ether já se aproxima dos 300% e a binance coin passou impressionantes 1.540% de valorização no ano - e, considerando o desempenho nos últimos 30 dias, no qual o bitcoin tem queda de 3%, o ether alta de 47% e a binance coin ala de 90%, é possível que diferença de performance se estenda por mais algum tempo, como prevêem especialistas do banco JPMorgan, que dizem que o ether vai superar o bitcoin no longo prazo.
No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.